segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Minha cabeça dói. Acho que dói de tanto ficar em casa, vendo repetidamente as mesmas coisas e sem ver a luz do sol com um sorriso verdadeiro no rosto. Apesar de parecer uma escolha minha, não é. 


Finalmente vesti um colete e estou imune. Imune ao que tanto me desgastou durante todo esse tempo. Simplesmente cansei, não quero mais. Cansei de me sacrificar para ter pessoas ao meu lado. Não sei até onde vale à pena tanto sacrifício emocional e físico.

Não era essa a vida que planejei, de fato. Sou alguém que ama estar fora, que ama estar em contato com os outros seres humanos, mas fui extremamente permissiva e cheguei a um ponto em que as pessoas passaram a se aproveitar da minha boa vontade, me deixando a quem de suas próprias vontades, lembranças e ímpetos. Hoje eu uso uma armadura, e não sei se quero me desfazer dela.

Não me importo mais. Sinto saudades de muita coisa, é claro, mas não corro atrás.
Não movo montanhas e rios e não quero demonstrar interesse em pessoas que pouco se importam. E não é um discurso. Finalmente o cliché se fez verdade: " Água mole e pedra dura, tanto bate até que fura."
Pra mim já chega, já cansei. 



Desde que descobri, há muito tempo, que nada faz as pessoas se sentirem melhores do que falarem sobre si mesmas, usei disso para não me sentir sozinha. Deixei que falassem o que e o quanto quisessem na minha cabeça, me usassem da forma que lhes era conveniente... Mas ainda bem que com a idade, vamos criando um funil e aprendemos que não temos que nos submeter a tudo o que os outros querem. Hoje eu não tenho medo de perder ninguém, e esse é um sentimento sensacional!



Cansei de ouvir problemas e cansei de estar ali como um suporte. 
Chega de ser suporte, inspiração ou o que quer que seja para os outros, eu só quero ser um ser humano.
E a melhor coisa que existe é estar ali para quem está contigo de verdade. 

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Archangel G.

Você foi mais um. Mais um dos muitos que nunca que tive, que nunca sequer cheguei a encostar as mãos propriamente. Você passou como um furacão; rápido, porém, capaz de deixar seus estragos. Mas eu consegui limpar a bagunça que você fez.

Guardei sua foto de criança - você estava vestido de palhacinho - em um lugar encantado, e sempre a terei. De todos eles, você talvez seja o que eu menos me lembre, mas em dias como hoje, percebo que ainda há uma parte sua vivendo dentro de mim. Após tantos anos, ainda posso perceber seus vestígios de anjo caído em algumas partes da minha atmosfera.

Um anjo caído. Haveria melhor definição para você? Provavelmente não. Você condiz quase perfeitamente com seu título de arcanjo. Um moleque. Um sorriso que será sempre inesquecível, mas olhos que nunca mais vi iguais. Olhos escuros, profundos, marcados, atrevidos, fortes, grandes, belos, delineados... Belo trio, seus olhos "inverbalizáveis" e seu sorriso torto quase sempre debochado. O que eu vi em você? Até hoje não consigo compreender muito bem. 

Como costumava acontecer com meus amores do passado, você jamais passava despercebido. Todos sabiam quem era o arcanjo de cabelos castanhos escuros, pele morena clara e olhos absurdamente abusivos. Um menino, somente. Um menino leviano, traquinas, sem quaisquer moralismos ou vocação para obrigações. Talvez eu não tenha sabido como chegar mais perto. Eu tentei, dentro dos meus limites, mas meu medo de parecer invasiva me impediu de ir mais longe. Não fui mais longe, mas consegui chegar a lugares que me renderam deliciosas noites de fantasia ao som de "Como eu Quero", do Kid Abelha. Quanta fantasia, quanta vontade de estar junto de você, quanto desejo de descobrir o que havia por trás do anjo caído.Hoje eu sei; havia apenas um menino. E eu era uma menina, querendo descobrir quem era esse menino. 

Jamais pensei que pudesse escrever para você novamente. De todos os problemas que eu tento enterrar, você é um dos que menos precisam de terra, tão tranquila é a relação que estabeleço com a sua simbologia. Mas estou aqui novamente. Lembro da última vez que te vi, final do ano de 2009. Fiquei surpresa com a sua receptividade e simpatia... Eu não esperava que você, no auge da sua divindade angelical, fosse reagir assim diante de mim, uma reles mortal. E fiquei feliz. É uma boa última lembrança. 

Somos seres completamente distantes.Nunca consegui te puxar para mim da maneira que eu realmente gostaria quando tive a oportunidade. Mas de alguma forma, você me marcou. Me marcou como poucos marcaram, e sempre me lembrarei dos dias em que o sol não apareceu, mas que depois brilhou com mais força ainda. Você beijou a minha mão várias vezes. Tenho, para sempre, incrustado na minha pele o beijo de um arcanjo? Na pele, não sei. Mas na alma, com toda certeza. 


E pelo espaço de um instante... 


Eternal little Bee. 
Eternal Archangel G. 

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Intenso, porém suave.

Chegou sorrateiramente, sem bater à porta
Mas ela já estava aberta há muito tempo
O som de sua presença já fora ouvido
Muito antes de que chegasse oficialmente
Entrou de uma forma delicada
Porém, impactante
Doce, mas desconcertante.

O tempo se encarrega de trazer
Tudo aquilo que possuímos de verdade
Nunca existiu a dúvida de que tudo existiria em breve
Embora, por um certo tempo,
tal  certeza tenha permanecido adormecida
Mas nunca foi desafio acordar
Aqueles que têm sono leve

Intenso, porém suave
Ferve como tudo que nasce do fogo
Dói o estômago como tudo o que desce quente
Mas é, também, suave
Acalma a alma como tudo o que é pleno
Mantém uma identificação espiritual
Torna um coração selvagem, sereno.

Olhos de coruja
Pertencem a quem roubá-los primeiro
Tão puros olhos, tão atentos olhos
Acessíveis de uma forma que parece irreal
Olhos da mais misteriosa ave
Teu olhar é Intenso.
Porém, suave.


quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Sal

Quanto tempo leva até superarmos um grande amor? 

Liz se fazia essa pergunta mentalmente, enquanto penteava os cabelos loiros e olhava seu reflexo no espelho. Ela não era mais a mesma, embora sua imagem não houvesse mudado tanto. Uma lágrima pesada caiu de seus olhos, borrando-lhe a face e pingando na cabeceira de madeira. Ela sabia exatamente a resposta para essa pergunta. 

-

Liz passeava com sua amiga em um grande evento que acontecia em sua cidade. Muitas pessoas estavam nesse evento, possivelmente relacionado à música. Por mais introspectiva que fosse, Liz gostava de sair de casa de vez em quando, principalmente se fosse acompanhada de seus tão amados amigos. Estava muitíssimo bela; o tempo havia passado até mesmo para ela, mas ainda era jovem, muito jovem, quase uma menina. Os cabelos lisos e escovados caíam-lhe sobre as costas, os olhos pintados de sombra preta combinavam com a blusa, também preta. Ela estava tranquila naquele ambiente, até que, inesperadamente, um clarão roubou todas as memórias do que havia acontecido antes. Ele estava ali. Sal... O indecifrável Sal, aquele que Liz amou profundamente durante tanto tempo, e que talvez continuasse amando.

Ela havia tentando tantas vezes encontrá-lo, mas nenhuma vez obteve qualquer resposta da parte dele. Sal havia sumido por anos da vida de Liz por livre e espontânea vontade. Mas não havia tempo o suficiente para fazê-la se esquecer de Sal. E ela o viu. E o brilho que ele continuava a transmitir quase ofuscou os olhos da garota. 

Liz não se lembrava de como chegou até Sal, de como começou a falar com ele, como como o abordou. Quando ela se viu, já estava deitada no chão de um local mais isolado do mesmo evento, envolta nos braços do antigo amor, acariciando seus cabelos lisos e úmidos. Ela jamais se esqueceria da textura daqueles cabelos, do cheiro maravilhoso que exalavam. Sal correspondia os carinhos, e abraçava Liz de uma forma que parecia querer compensar todo o tempo em que estivera ausente. 

Ela olhou fundo nos olhos amarelados de Sal. Estavam com os rostos quase encostados, mais próximos do que Liz pudera pensar que estariam um dia, novamente. 

- Por quê? - Ela perguntou.

- Eu vou te contar. - Ele respondeu.

Mais um borrão. A presença de Sal causava vertigens em Liz. Ela ainda o amava profundamente, e não sabia o que fazer para lidar com tanto sentimento. 

Quando pôde se lembrar, Liz estava de mãos dadas com Sal, saindo do evento. Passava por muitos conhecidos antigos, que olhavam para eles e cochichavam "Até hoje?". Por algum motivo isso fazia a garota feliz. Até hoje. Que bom que era "até hoje". Era um momento histórico para ela. Liz e Sal. De mãos dadas. Mais uma vez. 

Outro borrão. 

Liz e Sal saíram do evento e conversam sentados em o que parecia ser uma quadra. Era nublado, e a quadra estava depredada e úmida. Ele segurava as mãos dela. 

- Por quê? - Ela perguntou. 

- A única "neta" que meu avô já aceitou foi você. Para minha mãe também, você sempre será a única mulher da família, além dela e minha irmã. - O olhar de Sal estava perdido. 

Liz o abraçou forte, e deixou que lágrimas caíssem dos olhos. Ela não podia deixá-lo ir embora mais uma vez. Nunca mais. 

- Você foi a melhor amiga que eu tive. Você foi a pessoa que mais amei em toda a minha vida. Eu nunca vou amar ninguém da forma que amei você, disso você pode ter certeza absoluta. Mas eu nunca consegui lidar com tanto amor. É tudo tão forte, que decidi me afastar. 

Um filme passou pela cabeça de Liz. Sal também fora o melhor amigo que já tivera. Se lembrou de todos os momentos que passaram juntos em um passado não tão distante, das palavras, do sentimento, da energia forte que os envolvia..e lembrou de como os braços de Sal a aqueciam e de como era feliz apenas por estar perto dele. 

- Depois de tanto tempo, você ainda me ama? - Liz perguntou.

- Eu te amarei para sempre, e você devia saber disso. - Sal respondeu, com certa tristeza.

Liz o abraçou mais uma vez. Durante todo esse tempo, Sal nunca havia deixado de amá-la. Ela não se importava com nada mais. Não se importava nem com a ausência de Sal. Saber que ele a amava lhe dava forças para seguir qualquer caminho, e saber que seus corações estavam unidos independente do que acontecesse, independente da presença física de ambos, era suficiente para ela. Liz estava plena. 


Liz abriu os olhos. Não passava de mais um dos muitos sonhos que tinha com Sal. Ele ainda estava ausente, e não havia dito nada a respeito de amá-la. Mais uma vez, ela estava sozinha, imersa a pensamentos e saudades de Sal. Tudo não passara de um sonho. 

Liz ainda prefere acreditar no que o Sal do "sonho" havia dito para ela. Talvez ele ainda a amasse, e só estivesse longe por não conseguir segurar a barra de tanto amor. É uma verdade menos dolorosa do que acreditar no fato de que ele simplesmente a esqueceu, e atualmente leva sua vida como se ela não existisse. Com essa verdade ela não pode conviver. 

Quanto tempo leva até superarmos um grande amor? 

Ela sabia exatamente a resposta para essa pergunta. 

domingo, 4 de novembro de 2012

Dear B,

Se eu fosse mandar uma carta nesse exato momento, com certeza seria para você. Faz pouquíssimo tempo em que nos conhecemos, mas nesse momento, você é minha única válvula de escape e ponto de equilíbrio dentro dessa rotina movediça cheia de oscilações mentais na qual vivo - e sou obrigada a viver.

B, eu não sei mais classificar anos. Tenho saudade da época em que eu podia dizer que ano tal havia sido de tal jeito. Isso não acontece mais. 2012 foi - e está sendo - uma total e indefinível bagunça. Muitas coisas nas quais eu acreditava foram por água abaixo em um período curtíssimo de tempo, e eu estive por diversas vezes no meio de uma faca de dois gumes. Tantas situações com tantos lados, com tantas questões de escolha, tanto sentimento ruim por escolher um sentimento e não outro... Talvez simplesmente pelo fato de eu não conseguir escolher de verdade e ser tudo muito maior do que eu.

Uma montanha russa, esse tal de 2012 eu diria. Tantas coisas boas, momentos inesquecíveis e pessoas tão marcantes (assim como você) ... mas ao mesmo tempo, tantas coisas ruins, momentos que eu gostaria de apagar, situações tão desagradáveis, tantas desconstruções mentais. Eu não sei o que fazer, o que pensar, a qual conclusão chegar.

Nesse exato momento eu me sinto brutalmente despida, invadida. Sinto que violaram minhas próprias leis sem que eu mesma percebesse, e ao mesmo tempo, sinto culpa por pensar e sentir uma série de coisas. Eu me perdoo, apesar de tudo, pois se havia algo que eu valorizava mais do que qualquer coisa, era esse espaço que foi tirado de mim antes que eu pudesse protegê-lo. Eu errei, eu não soube proteger. Minha ingenuidade falou mais alto do que o meu instinto de proteção.

É impressionante, B, como um único acontecimento pode acabar com todo o carinho que tínhamos por alguém, ou alguma construção que nos levou tempo para realizar. Parece que está tudo podre, e o brilho que tinha, acabou. O encanto foi desfeito. E só me resta uma tristeza enorme no coração.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012


O que me resta de nós dois é escutar as nossas músicas. Aquelas que eram suas, que depois viraram minhas até se tornarem nossas. Para mim, são nossas até hoje. O respeito que eu possuo pelas nossas coisas e o que vivenciamos juntos é tão grande que sou incapaz de mostrar para alguém. A única forma de me sentir ligada a você de alguma maneira, é escutando a essas músicas. É como se elas me levassem ao seu lado, e me mostrassem sua face... Face que um dia eu conheci, mas que hoje já não conheço mais. 

Você me matou várias vezes. Me matou quando entrou na minha vida de forma escancarada, me matou quando me fez sentir coisas que eu tenho plena consciência que jamais voltarei a sentir, me matou quando me expulsou da sua vida sem sequer dizer "adeus". E o que eu pude fazer? A única forma de lidar com isso tudo, foi passar por cima. Passar por cima. Passar por cima é diferente de superar. Superar. Será que um dia vou superar de fato isso tudo? 

Eu não entendo o motivo disso tudo. MALDITA a hora em que te conheci, MALDITA a hora em que fui te cutucar. PRA QUÊ?! Poderia ter sido apenas mais um. Mas não foi, e me destruiu de uma forma que ninguém mais fez. Até hoje permaneço estagnada naquele ano cinza. Eu consigo sentir a sua presença, consigo me transportar para aqueles meses como em um passe de mágica, e é como se aquilo tudo fosse um cenário estático, lugar onde eu faço diversas visitas para tentar compreender os reais contornos. Em vão. Nunca compreendo, nunca consigo entender ou explicar. Só me resta lamuriar pelos cantos. 

De que adiantou eu deixar que você escancarasse minhas portas interiores? Você entrou dentro de mim, ficou lá enquanto te convinha (lê-se: pouquíssimo tempo) e saiu quando bem entendeu. Não me disse até logo, não me disse até nunca mais, não me disse adeus. E eu fiquei naquela lama, sem entender absolutamente nada do que estava acontecendo. Sentindo o corpo amolecer enquanto queimava de dor a cada lembrança que surgia à minha mente. 

As coisas passaram junto com o tempo, e eu ainda sou capaz de sentir a dor que você me fez sentir. Ainda sou capaz de me colocar naquela situação, onde eu corria desesperadamente, ouvindo  músicas aleatórias, tentando não pensar em absolutamente nada. Eu queria colocar o meu corpo em um estado automático e aleatório, como se fosse um robô sem sentimentos. Só hoje eu tenho consciência verdadeira do quanto eu sofri e do quanto tive que ser forte. E tive que ser forte sozinha - absolutamente sozinha. Tentava assumir a postura de "I can ride my bike with no handlebars", mas não conseguia. Cada cicatriz que você deixou em mim... Nenhuma delas nunca deixou de existir. 

Não houve ninguém como você na minha vida. E nunca haverá. Às vezes tenho a sensação de que você veio para estragar mais ainda o que já era podre. Não entendo qual foi a sua função na minha vida, sendo que tudo o que você me fez sentir de bom foi anulado pela forma como você se comportou no final das contas. Sei que não posso te culpar totalmente, a ingênua da situação fui eu, fui eu quem permiti que tudo acontecesse e chegasse ao ponto que chegou. Mas eu estava apaixonada, cega de amores, como poderia saber?!

Às vezes me sinto em um filme surrealista, onde tudo aconteceu na minha cabeça e eu simplesmente despertei de mais um daqueles sonhos onde me apego às pessoas, mas não. Infelizmente você é real. Você aconteceu na minha vida, e eu daria tudo para mudar esse fato. Não poderia ser pior; de forma alguma. 

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Eu gosto tanto de você. Talvez ainda seja muito cedo para escrever algo direcionado à sua pessoa, mas nunca me importei com questões de tempo, e sim de intensidade.

Já faz algum tempo que você faz parte da minha vida, ainda que indiretamente. Quantas vezes eu sonhei contigo, sem nunca ter sequer trocado palavras com você? Eu sempre soube que você se tornaria importante e que seríamos próximos, e que tudo era apenas questão de tempo. Sabe, eu tenho alguns dons aleatórios, e esse é um deles: geralmente SINTO quem são as pessoas com quem possuo maior sintonia, e nunca me enganei. Eu sabia que, mais cedo ou mais tarde, nos tornaríamos amigos. E fico muito feliz por isso. Antes era tudo questão de imaginário, e em questão de pouquíssimo tempo, você ficou próximo de mim de uma forma que eu não esperava. Foi uma surpresa extremamente positiva, e com toda a certeza, uma das melhores coisas que me aconteceram nos últimos tempos. Você me deu a certeza de que, naturalmente, as almas afins se encontram. Não é necessário forçar qualquer barra, a hora sempre chega. Espero que o laço criado entre nós possa se fortalecer cada vez mais, e que a nossa amizade cresça como vem crescendo. Obrigada por participar da minha vida.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012


A Malu? O que posso dizer... 

-Que tal a verdade, diz meu eu interior. Será que seria capaz?
Parecem milênios e séculos que não a vejo. Penso eu comigo mesma. Será que seria capaz de lembrar? 
-Lembrar não... Você seria capaz de sentir? Sentir novamente a presença dela? Vocês duas juntas no teatro. Seria capaz de sentir ela como sua irmã? Sofia e Bianca...
Estou confusa... As vezes a realidade se
entrelaça com a fantasia. Seria eu capaz de dividi-las?
-Dividi-las? Quem pensas que és!? Elas sempre estarão juntas, principalmente quando se trata de Sofia!ham... quero dizer, Malu.
"Um dia te direi como as pessoas a vêem...". Por que tais palavras ecoam na vasta imensidão de meu ser?
-Por que prometeras, então cumpra!
Como vemos a senhorita de cabelos dourados?Como ficamos com raiva quando amassa seus cachos! a... saudade que nos consome. De longe a observávamos. Sempre rodeada de amigos! Que raiva sentiamos! Não era ciúme, de forma alguma, sua felicidade nos agradava, mas queriamos altas. Pedir um tempo. Queriamos encaminha-la a um belo gramado, setariamos e diriamos. "abunde-se" Você gentilmente o faria e olharia para os céus, e com muita alegria e entusiasmo diria: "que linda estás a Lua!". A vontade de lhe apresentar meu mundo me consumia, sabia que o entenderias! Mas o fato de seres quem é, nos impedia de vivenciar tal fato. Sua simpatia nos conquista. Suas palavras são doces e viciam nossos ouvidos. Sua capacidade de falar o necessário na hora certa, com um pingo quase que invisível de malícia ,a faz, quase que sem querer ocupar, um posto estimado por todos. Ser lider. Lider? sim... Uma liderença nata, não elegida por medo e poder, e sim amor e respeito. Por que nunca havia dito antes. Porque nunca encontrei a hora certa. Até hoje. Estou triste por te- lo dito por orkut. E agora o que serás de nós? Não te devo nada. E não há nada que você possa me cobrar. Muito que diria a você em particular não entrou aqui. peço desculpas pela demora do depoimento e do esclarecimento. Mas que faço digno o nome deste texto. Depoimento. Espero que continue radiante mesmo estando tão distante. Espero que não nos esqueça, e que a sua eterna alegria prevaleça, contra qualquer desafio. Que a brisa (internet) Leve esse depoimento a você, e que ela não esqueça o meu doce abraço e pra quem ele foi direcionado. Com carinho de sua doce irmã, Bianca.
P.s: Não se esqueça, a poesia está em tudo.

Texto feito pela minha irmã de alma, Luna Goulart, no início de 2007.

domingo, 30 de setembro de 2012

Aqui está ele, mais uma vez, olhando em minha direção
Seus olhos hipnagógicos fulminam o espaço do nada
Aqueles olhos oceânicos que já conheço de tanto tempo
Olhos que carregam as cores dos sete mares e a força dos vulcões
Ele não parece reconhecer aquela velha canção
Imerso, está perdido na noite escura, fria e calada
Nada é capaz de distraí-lo, tampouco o incômodo do vento
Ele carrega na alma o vôo melancólico dos falcões.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

terça-feira, 18 de setembro de 2012


Nascidos para ser
Poucos de nós cumprimos
A missão a que estamos destinados
Tão mais fácil padecer na inércia
Morrer ao assistir a vida passar
Do que aceitar e assumir
Os dons a que estamos fadados

Para deixar uma marca no mundo
É necessária a fome de existir
Mas a maioria prefere fugir
Ceder à cegueira provisória
Ver apenas aquilo que lhe convém
Alimentar-se da triste escória
Armar a guarda para o bem

Há sentido em viver do corpo
E não permitir que nasça a alma?
A vida é para ser sugada, mergulhada
Ela carece de ser enfrentada
E não ignorada como algo sem importância
É preciso alimentar a vida
Como se vive a infância



Bom seria um mundo
Onde todos desfrutassem do ser
Seres humanos genuínos, de sorte
Almas abertas, livres, convivíveis
Corações vorazes para o puro amor
Aquele que eleva, exalta e sem dor
Faz finito o temor da morte. 

domingo, 9 de setembro de 2012

Tuom... ;_;


Maria Luísa. Maria Luísa não, porque isso é formal demais para essa minha pequena donzela. Malu? Talvez. Lu para alguns. Para mim, jabón. Minha eterna e pequena jabón. Tua imagem de menina dourada resplandescendo em um macacão vermelho nunca sairá de minha mente. Tu tinhas bochechas rosada e teu sorriso aberto bordava teu rosto que naquela época ainda era de garota. Faz tanto tempo... As nossas vidas mudaram muito. Mas quando fecho meus olhos, me lembro daquele fim de manhã quente, daquele sol que deixava teus cabelos amarelos quase alaranjados. Fazia muito calor e tu procuravas a sombra. Ao procurar a sombra, me deste a luz. 

A semana que te conheci foi a melhor da minha vida. Por tudo aquilo que se desencadeou, por todas as ideias que me passaste. Eu me achava velho demais aos 18 anos, tendo vivido céu ao inferno e comido o pão que o diabo amassou, para ouvir as ideias de uma mocinha de 16 anos totalmente sem maldades. Era uma mocinha totalmente sem maldades, mas tinha os olhos mais intensos e verdadeiros que eu já havia visto. Jabón, tu me fizeste muito feliz durante todos aqueles dias e continuas me fazendo todos os dias em que acordo, porque sei que tenho teu nome rabiscado em meu peito pelo resto de minha existência. 

"Look! We have the same bracelets!" Isso foi a primeira frase que ouvi de ti. Como poderia me esquecer? Tinhamos as mesmas pulseiras. Morávamos a milhares de quilômetros de distância e tinhamos as mesmas pulseiras. Eu só pude sorrir. No momento em que lhe vi sorrir, tive vergonha do meu sorriso, pela primeira vez na vida, tão irridescente era o teu. 

Tu és mística. Impossível não se deixar levar pelo teu misticismo, tua espiritualidade, tua sensibilidade. Tu és anima dos pés à cabeça. Não consigo imaginar um ambiente que não se sinta tocado pela sua presença, pelos teus toques de fada. Menina que eu vi crescer, hoje tu és uma mulher. Uma belíssima mulher que permite ascender o próprio fogo interior. Uma alquimista inata, perdida em meio à selva de pedra Belo-horizontina. Tua presença é luz, amor... Tu te faz presença. Tu és imagem, música, escrita, prosa, poesia, dança...  Tu és Brigitte Bardot, Marilyn Monroe, Clarice Lispector, Pagu e Janis Joplin em apenas uma só pessoa, mas maior do que todas essas personalidades reunidas em um pequeno pedaço de gente, tu és Maria Luísa. Bossa Nova, Rock and Roll, Paz e Amor, Teoria do Caos... Tudo isso junto. Tu és arte pura. Tu transpiras arte, tu transpira o passado, porque tu não és desse tempo. 

"Tuom, I'm a traveler of both time and space!" Tu te lembras disso? Havia dois dias que nos conhecíamos, e tu disse isso para mim, olhando fundo nos meus olhos, em tom de seriedade. Por um segundo, refleti profundamente sobre o que acabava de me dizer. Quando entendi o trocadilho, fiz um comentário infeliz: "Falô, Led Zeppelin!". Mas hoje compreendo que essa frase diz muito a respeito de ti, a respeito de mim, a respeito do Zak, de todos nós. Porque estamos unidos em espírito, e estaremos por todo o sempre, por todas as nossas viagens. O mundo e o tempo são nossos, minha pequena jabón. 

Aprendi muito contigo, petit lune. Mesmo tendo te visto apenas duas vezes após aqueles inesquecíveis dias, tenho certeza de que estamos espiritualmente conectados. Meu coração e o seu baterão para sempre juntos, pois duas almas afins sempre sabem aonde se encontrar.

Te amo profundamente, nunca duvides e nem esqueças disso. No Brasil, na França, na Colômbia ou em qualquer lugar. Tu és irridescente. Tu és arco-íris.

Besou,

T.O.B

sábado, 25 de agosto de 2012


Às vezes sinto que não dou conta de carregar a vida nas costas. Existir é trabalhoso, e ainda mais que isso, doloroso demais. O que fazer com todos esses sentimentos que não sei lidar? Aprender a lidar com eles? Difícil, porque se depois de todos esses anos eu ainda não consegui aprender, não acredito que aprenderei agora. Minha cabeça é uma verdadeira bagunça, um verdadeiro caos. Aonde guardar isso tudo? O QUE FAZER com isso tudo? Não sei. Sinto que há um nódulo na minha garganta em quase todos os dias da minha vida, e quanto mais tento vomitar esse nódulo, mais ele cresce e mais se acomoda dentro de mim. 

Eu deveria tentar parar de tornar reais coisas que deveriam ser irreais, mas não consigo parar, é involuntário. Quanto mais reais as coisas ficam, mais difíceis elas se tornam. É como se construíssem prédios dentro de mim, e meu interior ficasse poluído de fumaça de construção a todos os momentos. São 13:46 da tarde, está um dia lindo lá fora, e tudo o que eu consigo ver são as derivações de cinza que meus olhos se acostumaram a ver. Eu daria tudo para matar esses sentimentos de uma vez por todas, e mais do que isso: para saber a resposta dessa velha e imutável pergunta: O que eu faço dessa vida?

quarta-feira, 22 de agosto de 2012





Existe um mundo inteiro dentro de mim.


E é muito difícil trabalhar com ele.
Minha cabeça está uma bagunça completa.

É sempre assim, por fora pareço estar uma pérola, mas por dentro, explodo. Pareço viver em dois (ou mais) mundos, em duas (ou mais) realidades paralelas, e isso me causa dores no estômago e constante sensação de vazio e solidão. Minha vida é composta de momentos avulsos; a falta de ligação entre eles torna tudo opaco, de certa forma.
My head is a mess.
My head is a mess.
My head is a mess.
Como encontrar a paz para mente?

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Eu sabia, desde o comecinho, o rumo que tudo tomaria novamente. Por isso sofri tanto. 


Não sei se dou conta disso. Não sei se dou conta de qualquer coisa, principalmente da existência. Não consigo fazer parte de um mundo como esse - miserável, em todos os sentidos que essa palavra pode ser usada. Desde as coisas mais fúteis e banais, até as maiores e mais sérias. Como pode um ser humano usar a deficiência e dor de um outro como motivo de piada suja? E como podem, os outros, assistirem e não fazerem nada a respeito? É uma dor que não cabe em mim, e não sei o que fazer com ela. Os pêlos dos meus braços estão constantemente arrepiados, e meus olhos em busca constante de redenção. Redenção para mim e para os outros. É necessário que o mundo seja salvo. Eu prefiro morrer a viver num mundo como esse. 

quarta-feira, 1 de agosto de 2012


Aquela sensação horrorosa invade meu coração mais uma vez. Aquela velha conhecida sensação de ter um dos membros do corpo arrancado, para não dizer a alma. É assim que eu me sinto toda vez que você vai embora. É a mesma dor que eu senti quando fui andando sem rumo até o centro da cidade e parei em um boteco árabe para comer uma comida que eu nunca havia experimentado antes. Ela tinha uma espécie de pasta de azeitona roxa, da cor daqueles papeis que costumavam envolver maçãs no passado. Até hoje não sei o que eu comi... É exatamente assim que eu fico quando você se vai: a esmo, aleatória. É como se eu estivesse em modo automático; nada que eu faço tem força... Pareço um boneco de pano perambulando por aí. 

Quando você está comigo, eu sou uma pessoa de verdade, me sinto como um ser humano deve se sentir. Quando você se vai, não existe nada e não consigo respirar. Sinto que afogo, afogo... E quando mais afogo, mais pareço afogar. Como retomar tudo com você longe de mim? Pelo amor de Deus, eu não quero voltar para a solidão que eu sou obrigada a viver quando você está longe. Foram mais de 3 dias tentando absorver o luto que tenho que elaborar quando você se vai... gritos entalados que nunca saem, lágrimas intermináveis, uma angústia enorme e uma sensação de vazio que parece não ter fim. E hoje você foi embora. Embora para a sua casa, para sua vida, para sua rotina. E eu fiquei aqui. Na minha casa, com a minha rotina. 

Essa dor da ausência não tem explicação! À medida que o tempo vai passando, ela vai se tornando suportável até eu conseguir encarar minha rotina com (quase) tranquilidade, mas até chegar esse momento, sinto muita dor. Cadê você aqui, na sala, no quarto? O lençol da cama ainda tem seu cheiro, e ao invés de eu me sentir mais perto de você quando deito sobre ele, fico desesperada porque sinto que o que sobrou foi apenas um odor, já que você está a mais de mil quilômetros de mim agora. 


Sinto que sufoco. E sei que a nova espera é longa. Preciso ser forte... Mas desde que eu tenha você ao meu lado, isso é mais fácil de conseguir. Você é a melhor coisa que já aconteceu na minha vida. Eu te amo.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Estamos em uma praia. É uma praia um pouco diferente daqueles que estou acostumada lá no sudeste, é um ambiente um pouco mais frio, por se tratar do sul. O céu está amarelado, com tons de roxo, uma mistura também incomum, e a brisa do mar começa a esfriar nossos corpos semi nus, já que o sol está quase se pondo. E o oceano... O oceano realmente se parece com mil diamantes luminosos. Nesse momento, estamos serenos, sem quase nenhuma dor. Nos conhecemos há pouco tempo, mas há uma sensação quase sobrenatural de nos conhecermos há várias vidas. E quem poderia nos certificar que não é isso mesmo?

Você escuta Incubus... Que interessante, alguém escutar Incubus na praia! E seus cabelos... Eless estão muito mais claros do que eu me lembrarei posteriormente. Compridos, um pouco salgados... E eu gosto de encarar seus olhos. Imutáveis olhos castanhos claros, como eu sempre me lembrarei. Há uma atmosfera tranquila, quase pacata... Quem diria que essa atmosfera tão equilibrada se tornaria uma louca e doentia obsessão, um dia desses? Eu ainda não consigo ver a realidade... Mas nada disso importa... agora... nesse momento. Céu amarelo, roxo, laranja... Todas as cores... areia, brisa fria, pôr-do-sol, seus cabelos claros, ilustrado com vários tons de loiro, a ânsia de conhecê-lo melhor... Ali não há futuro. Apenas o presente, aquele presente que permaneceria para sempre vivo em minha memória.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Eu sou aquela que coloca o chapéu panamá na cabeça, tudo o que possui nas malas (ainda que sejam imaginárias) e vai embora de mansinho. Nunca sou eu, nunca é para mim, nunca é direcionado a mim. Sou sempre aquela que come as migalhas e tem que se dar por satisfeita. Eu me sinto a sombra. Eu sou a sombra. 

sábado, 23 de junho de 2012

Muitas vezes digo que me vou
Para que peçam que eu fique
Mas isso não acontece
Sempre vem aquele 'tanto faz'
Que muito me entristece.

domingo, 17 de junho de 2012


You'll find it hiding in shadows
You'll find it hiding in cupboards
It will walk you home safe every night
It will help you remember
If that's way it is
Then that's the way it is
And you didn't even notice
When the sky turned blue
And you couldn't tell the difference
Between me and you
And I nearly didn't notice
The gentlest feeling

You are the bluest light
You are the bluest light
You are the bluest light
You are the bluest light
You are the bluest light
You are the bluest light
You are the bluest light
You are the bluest light
You are the bluest light
You are the bluest light
You are the bluest light
You are the bluest light
You are the bluest light
You are the bluest light
You are the bluest light

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Tenho vontade de fazer as malas e sair de mansinho... Sair para passear, para conhecer o mundo que eu vivo e entrar em contato com novos (e diferentes) seres humanos. Eu necessito desse contato com os seres humanos, nem que seja breve... Mas pelo menos assim, eu teria mais emoções e sentimentos diversos para levar na minha bagagem espiritual.

Cuba. Que vontade eu tenho de sentar em uma esquina cubana e conversar com um velho senhor bem moreno, de barba branca e grande, olhos castanhos claros... Esse senhor me contaria sobre sua vida, sobre a ditadura e me serviria chá com haxixe, enquanto fumaria seu charuto cubano. Seus olhos cansados me trariam histórias... E eu as levaria dentro de mim.

Eu passaria pela América Latina. Minha linda, amada, desejada, idolatrada AMÉRICA LATINA. O cheiro da América, da VERDADEIRA América. Cheiro de plantas, ervas, terras, pessoas suadas correndo pelos cantos, frenéticas... Seus artesanatos de contas, o espanhol arrastado, as lambretas da vida, o universo latino. Colômbia amada, Venezuela, Chile, Argentina, Uruguai, Paraguai, Nicarágua, Guatemala, Panamá, Suriname, MÉXICO. Meu MÉXICO. México que me criou, me embalou, como se eu fosse uma criança filha da virgem de Guadalupe. Vamos Manu Chao?! Para Tijuana? Sexo, Tequila e Marijuana? Deixo o sexo, a tequila e a marijuana para vocês, espíritos livres e mundanos... Prefiro ficar com a minha observação semi sóbria que deixará tudo guardado e registrado dentro de mim. E com muito amor e saudades. Yo te amo, mi AMERICA.

Eu conheceria a Ásia. A Ásia em suas diversidades. A belíssima seca israelense, o belíssimo contraste afegão. E o Japão. Tókio e sua loucura, loucura eterna, ENTER THE VOID. Yes, ENTER THE VOID. China, muralhas, Tailândia, elefantes, mulheres que esticam o pescoço... e como são belas. Crianças de olhos puxados, sejam brancas, sejam morenas. A Índia, o cheiro de acre... onde as vacas são tratadas como semelhantes. Eu lavaria minha alma, morreria feliz.

Europa. Mas não a Europa cliché. Paris, Londres, Berlin, Madrid, Roma, Barcelona, Veneza... São lindas?! Claro!! Existem coisas incrivelmente belas por lá?! Claro! Ainda sendo Paris a cidade da minha vida, a Europa que eu quero conhecer é a oriental. Ucrânia. Romênia. Sérvia. Bulgária. Suécia. Punks loucos, brancos, russos de moicanos azuis. Georgia. As rosas da georgia, a civilização tão completamente diferente do ardor brasileiro e suas manifestações culturais. A irrefutável EUROPA ORIENTAL.

Me esperem que eu vou viajar. Já estou com as malas interiores prontas. Logo volto. E voltarei renovada e feliz.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Ao companheiro de guerra...


Eu não queria que tudo acabasse assim. Na verdade, eu não queria que acabasse. Eu carreguei você como um troféu durante anos, e foi isso o que você representou para mim durante todo esse tempo: um prêmio de honra. 
Você supriu muitos dos meus vazios durante o tempo que conviveu assiduamente comigo, e eu sou grata pela companhia que me foi oferecida por você e pela amizade também, apesar de só eu considerá-la em sua plenitude. 

Eu me pergunto, por que isso tudo, depois de tanto?! Vale mais o superficial do que o que passamos juntos? Você foi meu herói de guerra, meu companheiro de guerra, a primeira pessoa que eu pensava ao acordar, porque sabia que o dia que viria seria uma luta, mas que ao menos você estaria ao meu lado, com seu jeito incomum, irônico, sua presença épica e irrevogavelmente perceptível. 

Tínhamos um pacto. Para mim, você era um irmão de sangue, farinha do mesmo saco que eu. Como eu lhe disse uma vez, éramos a mesma maçã, mas você era a parte mais podre dela. Você riu. Obviamente eu sempre soube que você nunca prestou, e eu sabia, lá no fundo eu sabia, que algum dia aquilo tudo iria dar merda. E deu. Demorou, mas deu. 

Passada a adolescência, os problemas escolares que pareciam não ter fim, você me aparece com questões tão juvenis como éramos quando tudo aconteceu. Talvez os problemas que tínhamos aos 16 e 17 anos eram infinitamente maiores do que os que temos hoje. Éramos dois garotos perdidos, fora dos padrões, não compreendíamos ninguém e ninguém nos compreendia. Pensávamos que iríamos mudar o mundo com a nossa rebeldia e autenticidade. Acreditávamos ser melhores que a massa ao nosso redor por ter um gosto musical "mais apurado", que rodeava os clássicos do rock n' roll e por passarmos noites acordados, perturbados pela existência, e ainda assim permanecíamos de pé nas segundas-feiras frias daqueles corredores sem vida.  

E eu pensava que depois disso, depois de tudo o que aconteceu comigo e contigo, depois de tudo que ainda aconteceu na sua vida, você tinha se tornado um homem, mas eu me enganei. Você esconde um menino imaturo nesses olhos azuis de poeta amargo e boêmio. 

O que mais você quer da vida?! Alguém para te amar?! Eu te amo, ela te ama, ele te ama, eles te amam. Você é amado. Você é notável, você é inteligente, você calou a boca de todos quando passou na Universidade Federal. Não a minha, pois eu sempre acreditei em você. Mas o que aconteceu?! Onde o fio da meada foi perdido? Eu não consigo encontrar essa parte do caminho e nem entender. 

Você pode sumir eternamente, nunca mais falar comigo pelos seus motivos banais, pode acabar com a sua vida afogando suas mágoas e angústias em fossas infinitas, mas eu sempre me lembrarei de você. Você é uma parte de mim, uma grande parte de mim. Meu velho companheiro de guerra, aquele que estava ao meu lado durante aqueles dias insólitos, naquelas madrugadas frias, sempre me contemplando com uma palavra de desânimo, que querendo ou não, era nossa realidade. Durante todos esses anos, eu pude te sentir de fato, e nunca abaixarei a bandeira branca para você, problemático, doentio, complicado, rebelde, incomum, perturbado e INESQUECÍVEL herói de guerra. 

domingo, 10 de junho de 2012


This is a gift, it comes with a price
Who is the lamb and who is the knife?
Midas is king and he holds me so tight
And turns me to gold in the sunlight.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Alguns recados escritos em algum lugar do tempo - tal lugar que pode estar muito próximo, ou quem sabe, muito distante - para "alguéns".

U: You don't deserve my love; You don't deserve all the energy that I deposite in you. You're so cruel, and humiliating me is one of your favourite hobbies. You don't love me, you don't love me AT ALL. You love the fact the I love you, but you like playing with my feelings. I shoulde never have opened my heart and my soul to you. That's one of the stupidest things I've ever done in my whole life. JPW I hate myself for being so fragile and idiot! Idiot... That's what I was when I decided to hand over so easily. You don't deserve my love.

T: You shitty. You have EVERYTHING in life. Everybody loves you, everybody wants to be you or just like you. You're a nice company, you're a good friend, you're pretty, you're smart and you're notable. I will NEVER be like you. You have everything, your life is just fucking perfect and you still want more and more. Nothing is ever enough for you. If I had everything you have, I'd never ask for anything else. No, never! NOT AT ALL.

B: You're another one who doesn't deserve my love. I feel for you whatt I felt for almost no one in my whole fucking life. You really mean a lot to me, but I mean NOTHING to you. You're always somewhere I don't know, living your life and pretending that I don't exist. You don't even remember me, when everything I wanted was to part of your life and your friends. But you just don't care. No one ever does.

M: YOU STUPID LITTLE SHIT!!! I have no words to describe how much I wish I hated you. As if things you've done to me in the past weren't enough, you still act like a fucking jerk. I gave my heart to you, and pitilessyou threw ir away... Then I gave my friendship to you and you threw it away over again. I wish I could EREASE you of me life and my memory, you STUPID, MEAN and CRUEL being. How I wish I hated you, because HATE is the LESS you deserve, you shit!

L: I trusted you. I trusted things would be different, I believed I made a new friend but once more I was wrong. You threw me at the rub at the first opportunity you had. And I believed all the words that uou said to me. You're just one more piece of shit. You're not different of them all, you're just one more of them. Please, go to hell.

D: Am I always your second choice? Right!! You should think about that when you call me to tell me your problems, when you show me that you only care about yourself. You never ask me about myself, you treat like a mere listener. That's what I am to you, a fucking little listener. You just use me. Like they do, them all.

R: I D F K

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Shadows. SHADOWS. SHADOWS. shadows. sHaDoWs.
Sombras.
Sempre nas sombras.
Sempre.
Sombras, Shadows
Shadows, Sombra
Sempre.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Dear L,

Eu passei momentos muito felizes ao seu lado, desfrutando da sua companhia. Você se fez presente na minha vida em um momento em que eu estava, de certa forma, sozinha. Eu não tinha amigas, não tinha com quem falar de certas inseguranças, e nem uma presença feminina disposta a sair comigo, conversar sobre os mesmos assuntos e fazer o mesmo tipo de programa, que divertia a mim e a você. Nossas diferenças claras nunca foram problema para mim. Acho que sempre foram menos problema para mim do que para você; e apesar dos desencontros, eu fui feliz tendo a sua amizade.

O tempo é estranho. Ele corre muito rápido, e nos tira as coisas muito rápido. Eu me lembro de quando você me disse que todas as pessoas que você gostava acabavam indo embora da sua vida, e eu disse que acontecia o mesmo comigo. Logo, você sorriu e disse que nunca me deixaria, não importasse o que acontecesse. E eu acreditei. Mais uma vez, eu acreditei. Não sei porque ainda continuo acreditando.

Você falou isso há mais ou menos 7 meses. Pouquíssimo tempo, não?! Sim, pouquíssimo tempo, mas o suficiente para a vida andar e as coisas mudarem. Você conseguiu tudo o que queria, e eu realmente fico feliz por isso. Deus sabe o quanto eu torcia para que as coisas boas que você sonhava acontecessem para você, e finalmente elas aconteceram. E acho certíssimo que você queria aproveitá-las, mas isso significa, necessariamente, sumir de mim da forma que você sumiu?!

Você partiu o meu coração. 

Eu não espero nada das pessoas, a não ser que elas me façam promessas. Promessas são tão importantes para mim, que levo-as totalmente a sério. E eu acreditei piamente no que você disse; que não seria como os outros, que não sumiria da minha vida.

Acho que sou descartável. As pessoas me usam enquanto sou conveniente para elas e depois jogam fora. E você, dear L, não fez diferente.

Eu queria muito poder quebrar essas barreiras que já foram criadas em mim, e te ligar, te chamar para tomarmos um café ou fazer qualquer outra coisa, mas já não dá mais.Você já me provou o espaço que tenho para você, e não quero invadir nada. Não vou mais invadir nada. Entendi o meu espaço.

Que você seja feliz.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Às vezes me pergunto aonde foi que eu errei. Nem sei se são erros meus, de fato, mas tudo ao meu redor me faz crer que o problema está comigo, e não com os outros. Mas como?!
Sou sempre eu quem corre atrás, quem dá a primeira palavra, quem pede, quem faz questão de ressaltar as presenças. Como pode, então, ser tudo parte de um erro meu?! Só se eu estiver errada em lutar por aqueles que amo, mesmo que muitas vezes sejam lutas inúteis.

Eu só queria que todo esse afeto que sinto pelas pessoas fosse retribuído, não da forma que sinto, porque sei que isso é impossível, mas que fosse minimamente retribuído. Se é tão difícil, porque as outras pessoas conseguem e eu não?! Aí paira mais uma vez a minha pergunta.. Onde está meu erro?

quinta-feira, 3 de maio de 2012






Eu queria beijar o céu sem precisar de ninguém para me dar 'pezinho'. Nada deve se comparar à sensação de ter um espírito livre. Talvez o espírito livre seja o sinônimo de um espírito leve.
Acho que no final das contas, acabo me humilhando demais para ter esse 'pezinho'. Será que isso é realmente necessário?!

Queria eu poder ser firme, e andar por aí com os olhos vendados, sozinha, sem maiores medos da solidão, da rejeição; sem medo de desagradar a alguém.

Geralmente, quando amo alguém, arranco meu coração e dou para essa pessoa. Elas ficam mal acostumadas, ao ponto que passam a sentir que não é nada além da minha obrigação amá-las, mas que a retribuição desse amor não é necessária; ainda que isso tudo ocorra de forma inconsciente.

Há tanto o que eu queria expor/escrever. Mas ainda me faltam palavras para colocar esses sentimentos para fora. Eles deslizam sobre minha alma de forma que me fazem sentir cansada, saturada, e muitas vezes, sem esperança qualquer. Eu precisava de tão pouco, mas tão pouco... Acho que é pelo fato de eu me contentar com migalhas que eu me submeto a tantos tipos de humilhação. Preciso crescer, ser firme, e forte. Mas onde coloco o meu romantismo, o meu saudosismo e meu sentimentalismo nisso tudo? Onde?!

terça-feira, 1 de maio de 2012

É levando na cara que a gente aprende. A melhor forma de ensinar a um ego é esfregando-o na brita, fazendo-o sangrar e colocá-lo para olhar, de forma escancarada, para um espelho que não seja tão narcísico; que seja, por sua vez, lotado de pedacinhos de ideiais de eu espalhados no reflexo. Pronto, dou a minha cara a tapa; pode bater, não tem problema.. Estou aprendendo a apanhar para sair dessa inércia narcísica inútil na qual vivo.

Não adianta ser intensa, sensível, profunda, expor sentimentos com facildade; não adianta ter opiniões firmes e personalidade forte; não adianta usar camisa de banda de rock and roll e tirar foto mostrando o dedo do meio. Nada disso não me fará diferente, e nunca fez. Preciso aceitar que sou mais um grão de areia, mais uma agulha no palheiro, mais um feijão do saco que enfeita a prateleira do supermercado. Não sou nada além disso, e preciso aceitar que sou comum, aceitar minha mediocridade filha da puta.

Tudo que eu queria era não passar despercebida, não ser uma ameba da massa, não ser um ser imbecil, inerte e comum. Mas creio que não é algo que se escolhe.. É algo que nos acompanha no nascimento.

Preferia ser a esquisita a ser o que sou hoje; MIL VEZES.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Undertow


Your brown eyes are my blue skies.
They light up the river that the birds fly over.
Better not to quench your thirst.
Better not to be the first one diving in,
though you caught me and you know why
they breathe in the deepest part of the water.

What's the matter? You hurt yourself?
Opened your eyes and there was someone else?
Now i've got you in the undertow.
Now i've got you in the undertow.
Why you wanna blame me for your troubles?
Ah ah ah you better learn your lesson yourself.
Nobody ever has to find out what's in my mind tonight.

Let tonight pass us by.
Do you really want to be the one to fight?
And i said "You're better not to light that fire.
It will take you to the darkest part of the weather."

What's the matter? You hurt yourself?
Opened your eyes and there was someone else?
Now i've got you in the undertow.
Now i've got you in the undertow.
Why you wanna blame me for your troubles?
Ah ah ah you better learn your lesson yourself.
Nobody ever has to find out what's in my mind tonight.
Nobody ever has to find out what's in my mind tonight.

Nobody in my mind. Nobody in my mind.
I feel it in my heart tonight.

I laid on the floor, pressing in my eyes.
Seeing little lights.
These are the decisions that only one could make
I wanted to stay home but i went running running running running from the troubles
runningrunningrunningrunningrunningrunningrunning

What's the matter? You hurt yourself?
Opened your eyes and there was someone else?
Now i've got you in the undertow
Now i've got you so
why you wanna blame me for your troubles?
Ah ah ah you better learn your lesson yourself.
Nobody ever has to find out what's in my mind tonight.
Nobody ever has to find out what's in my mind tonight.

terça-feira, 24 de abril de 2012

De repente tudo desmoronou. Pela primeira vez em anos eu estava conseguindo contornar (dentro dos meus limites) meus problemas superficiais e a apreciar o castelo que eu estava construindo. Não estava perfeito, mas estava indo bem; de certa forma, estava bonito.

Mas esse castelo desmoronou. Desmoronou com algo que não posso controlar, e com uma dor que vai além do que as minhas costas são capazes de suportar. De repente todos os problemas parecem tão superficiais, pareço ter sofrido por tantas bobagens, coisas sem valor e fundamento... Agora o que realmente me importa na vida está em jogo e eu não sei o que fazer, na verdade, não há o que fazer. Como vou esperar todos esses dias, como esboçar uma falsa tranquilidade sendo que o ar está tenso? Eu só queria poder escapar, dormir, apagar, e acordar quando a resposta para isso tudo já estivesse em mãos.

Eu sempre tive medo das coisas, sempre fui frágil, receiosa. Minha síndrome do pânico nunca fez questão de se esconder, mas no final das contas, acabei lindando bem com as coisas ruins que eu era obrigada a passar. Mas dessa vez, eu não tenho a menor condição. Não é algo que consiga me fazer forte, pelo contrário, é algo que só me traz dor, angústia e desespero. E é a pior dor todas, a dor que por toda a minha vida eu tive mais pavor de sentir.

Tantas emoções lindas que vivi poucos dias atrás.. Tudo parece ter ido por água abaixo, minha vida parece ter tomado apenas um único rumo: o da espera angustiada.

O Deus que eu acredito talvez não escuta o que a gente diz. Mas se escutar, eu peço que por favor me livre, NOS livre desse sofrimento. Amém.

domingo, 15 de abril de 2012

 You were so beautiful that night. You are always beautiful, but I've never seen someone so shinny as you were that night; it impressed me so much that I can still feel the atmosphere that sourrounded you that day. I've never seen in my entire life such wonderful eyes as yours. Your eyes, your hair, your smile and even your hands were tuned. As we sat on that banch, I woke up inside of myself one more time, like you always make me do. It was the first time I realized that I don't need to be part of any fucking social standard to be a real person. YOU made me see that. I felt like you were setting me free one more time. You make me feel free, you  set my soul free. I'm always afraid of losing you, but if one day it happens, I will be already grateful about everything you said, everything you made me feel. I can't control life, I can't control anything, but I'm sure I'll remember you in my deathbed. I know that  you're one of the most important people I will ever 'have' in life, and believe me... even if it hurts me so much, i'm VERY proud of it. 

sábado, 14 de abril de 2012

Eu guardo todas as nossas coisas com carinho. Tudo o que vocês me disseram, todos os momentos, palavras, olhares, enfim... Tudo que fez a importância imensa de vocês ser construída na minha vida está aqui; tudo bem guardado, afinal, são as maiores relíquias que tenho na vida. É tanta coisa linda espalhada por aí, que quase (QUASE) me sinto uma sortuda em poder guardar tudo isso. De certa forma, muito obrigada!

sexta-feira, 13 de abril de 2012

A noite chega e é inevitável. Aquela garota que conseguiu se manter intacta por dias, se vê quebrada novamente, como um pedaço de vidro velho. Os cabelos presos, bagunçados e sem vida; os olhos mareados de lágrimas, um corpo estranho habitando uma peça de pijama velho, blusa não combinando com o short; o retrato do fracasso juvenil.

Será tão difícil manter uma linearidade? Por que, por que existe tanto peso naqueles que a rodeiam, porque é tão difícil dessalinizar o peso das relações, manter uma mente livre, limpa e saudável? Por que tanta dependência de afeto, por que tantos gritos internos, eternamente sufocados em uma cara fechada e irredutível?

Finais de noite costumam ser sempre iguais para aquela garota, desde que era bem jovenzinha. Ela costuma pegar um bloco de papel, uma caneta, e começa a rabiscar desenhos sem significados e palavras soltas, que quando se unem, fazem sentido apenas para ela. Aliás, para quem mais faria sentido aquilo que só existe dentro dela? Será possível expor o que as entranhas escondem, de modo compreensível e significativo para alguma outra pessoa?

Ela passa por diversas músicas, diversos artistas... Mas nessas noites, ela costuma parar no velho Radiohead e ficar por ali mesmo, imersa na voz de Thom Yorke, repetindo continuamente que não quer alarmes e nem surpresas, por favor. O Radiohead que embala a mente que habita aquele corpo estranho, quase um microorganismo patogênico, diferente daqueles bilhões de outros que existem por aí, está presente agora, e esteve presente antes, diversas vezes. É uma cena que parece se repetir eternamente, que nunca terá um fim.

O recalque, muitas vezes (ou quase sempre) vem acompanhado de um sintoma. Dores no estômago, empolações na pele, choros sem causa aparente. Tudo por causa de um elemento dominante, tão insuportável como um demônio e tão necessário como oxigênio: o afeto. O que fazer com esse afeto espalhado, garota? Juntar tudo e colocar em um lugar só? Não, concentrar o afeto só faz o coração doer mais ainda. Dividir esse afeto de forma saudável? Talvez. Como?

No final das contas, essa jovem mulher se vê novamente no mesmo lugar que estava anos atrás, enquanto observava o céu alaranjado de dezembro pela janela aberta de seu quarto, estirada ao chão, deixando as lágrimas que caíam pela lateral de seu rosto inundarem o chão que sustentava sua pele pálida e seu corpo quase nu. Por que essas memórias insistem em invadir o coração dessa garota quando ela se vê sozinha? É como uma porta frequentemente arrombada, e que possui as laterais completamente gastas.

Onde estão vocês agora? Onde?

quarta-feira, 11 de abril de 2012

- Não fiz nada para isso, não foi algo que eu busquei.

-Sim, você não fez nada; apenas permitiu que acontecesse. 

Escolha.

Uma das coisas mais crueis, dolorosas e difíceis da vida, com certeza é a escolha.
Vivemos tendo que escolher, independente de qual seja o teor das escolhas. Por que não podemos ter tudo, sem ter que, simplesmente, escolher? Porque não podemos.
É uma dor infindável ter que mirabolar qual seria o poder que outra escolha nos daria, é uma dor imaginar qual seriam as circunstâncias em que você estaria agora, se tivesse optado por outras coisas na vida. Às vezes, o motivo de uma escolha não é nem mesmo o querer, mas o medo do desafio, o medo do novo, o medo de uma possível saída da zona de conforto. Mas não é mesmo difícil jogar tudo que já foi conquistado para o ar, sem que haja uma preocupação com as consequências que envolveriam não apenas você, mas outras pessoas?

Ninguém está livre da escolha e das consequências dela. E ela dói de todas formas, afinal, toda escolha é um desafio.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Sorriso triste.

Quem nunca deu um sorriso triste?
Aquele sorriso involuntário, frustrado, que serve apenas para maquiar a reação original da alma?
Ele surge de mansinho e traz com ele uma fumacinha de esperança, quem sabe ele não dá sorte e pode ser alegre? Mas se já nasce triste, não é alegre.
Nem todo mundo é capaz de perceber um sorriso triste, nem mesmo aquele que sorri tristemente.
Já aprendi a lidar com os meus, e eles aparecem com uma certa frequência. Acho que devo aprender a admirá-los por serem apenas sorrisos, ainda que escondam lágrimas ou dor.

quarta-feira, 28 de março de 2012

It's easy to take off your clothes and have sex, people do it all the time. But opening up your soul to some people, letting them into your spirit, thoughts, fears, future, hopes and dreams... THAT is being naked.

terça-feira, 27 de março de 2012

"Quando o homem inventou a roda
logo Deus inventou o freio,
um dia, um feio inventou a moda,
e toda roda amou o feio
Tire o seu piercing do caminho
Que eu quero passar
Quero passar com a minha dor
Pra elevar minhas idéias não preciso de incenso
Eu existo porque penso
tenso por isso existo
São sete as chagas de cristo
São muitos os meus pecados
Satanás condecorado
na tv tem um programa
Nunca mais a velha chama
Nunca mais o céu do lado
Disneylândia eldorado
Vamos nós dançar na lama
Bye bye adeus Gene Kelly
Como santo me revele
como sinto como passo
Carne viva atrás da pele
aqui vive-se à míngua
Não tenho papas na língua
Não trago padres na alma
Minha pátria é minha íngua
Me conheço como a palma
da platéia calorosa
Eu vi o calo na rosa
eu vi a ferida aberta
Eu tenho a palavra certa
pra doutor não reclamar
Mas a minha mente boquiaberta
Precisa mesmo deserta
Aprender aprender a soletra
Não me diga que me ama
Não me queira não me afague
Sentimento pegue e pague
emoção compre em tablete
Mastigue como chiclete
jogue fora na sarjeta
Compre um lote do futuro
cheque para trinta dias
Nosso plano de seguro
cobre a sua carência
Eu perdi o paraíso
mas ganhei inteligência
Demência, felicidade,
propriedade privada
Não se prive não se prove
Dont't tell me peace and love
Tome logo um engov
pra curar sua ressaca
Da modernidade essa armadilha
Matilha de cães raivosos e assustados
O presente não devolve o troco do passado
Sofrimento não é amargura
Tristeza não é pecado
Lugar de ser feliz não é supermercado.

O inferno é escuro
não tem água encanada
Não tem porta não tem muro
Não tem porteiro na entrada
E o céu será divino
confortável condomínio
Com anjos cantando hosanas
nas alturas nas alturas
Onde tudo é nobre
e tudo tem nome
Onde os cães só latem
Pra enxotar a fome
Todo mundo quer quer
Quer subir na vida
Se subir ladeira espere a descida
Se na hora "h"o elevador parar
No vigésimo quinto andar
der aquele enguiço
Sempre vai haver uma escada de serviço

Todo mundo sabe tudo todo mundo fala
Mas a língua do mudo ninguém quer estudá-la
Quem não quer suar camisa não carrega mala
Revólver que ninguém usa não dispara bala
Casa grande faz fuxico quem leva fama é a senzala
Pra chegar na minha cama tem que passar pela sala
Quem não sabe dá bandeira quem sabe que sabia cala
Liga aí porta-bandeira não é mestre-sala
E não se fala mais nisso
Mas nisso não se fala
E não se fala mais nisso
Mas nisso não se fala
E não se fala mais nisso
Mas nisso não se fala
E não se fala mais nisso
Mas nisso não se fala"

sexta-feira, 23 de março de 2012

Após dias eufóricos e mentalmente atribulados (de uma maneira majoritariamente positiva), estou eu aqui mais uma vez, deixando minha 'bola abaixar'. É no clarão da noite que os pensamentos chegam com mais força e a angústia invade o peito de uma forma mais complicada de lidar. Já gostei muito dessa solidão noturna, mas atualmente, tenho feito de tudo para fugir dela.

Respiro fundo. Tenho quase pânico de estar aqui agora. Queria estar em qualquer outro lugar... Dentro de um carro, numa avenida cheia de luzes e pessoas, ou até mesmo olhando o mar, ouvindo um desconhecido tocar violão para a lua. Tudo, menos isso aqui.
Apagam-se as luzes.

domingo, 18 de março de 2012

Do you really think I wanted to be like that? Just for your information, dear mister, no, I did not want to be like that AT ALL. But you know, as I can only "count" on people like you, everything becomes harder. Do you really think that if I had what I wanted MOST in life, I would still behave like this shit? I'm really sorry to tell you, mister, but NO. I WOULD NOT behave like this shit you always say I am. Your dirty and violent words do not reach me anymore, I have created antibodies to it, I'm immune to all the bad things that you talk to me. You know what? I didn't want to be here, I wanted to be brave, smart, strong, I wanted to do things that clever people do. Why am I not doing those things? It's simple! I'm not doing those fucking things because I'm always late for things, I always have things stuck to hinder me in my projects. But one day, mister...please, take notes... ONE DAY, THINGS WON'T BE LIKE THAT. I'll be stronger than I am now, and I'll overcome all those bad things you made me believe I am.

Do you know what my problem is? I love people, I give my full heart to them, but in the end, I have no fucking one that I can count on. It's ok, I'm getting used to that. Go prepare your emocional baggage, because when I'm done, I'm done.

Lu&Ni, always.

Algumas pessoas simplesmente passam pelas nossas vidas... Outras, por sua vez, deixam marcas tão fundas que tempo nenhum é capaz de curar. E, para mim, esse é o seu caso, Nini. Eu não faço ideia de onde você esteja, não possuo nenhum meio de te encontrar, toda e qualquer informação que possuo é muito pequena... Mas posso te garantir que você marcou a minha vida de formas que poucos marcaram, e eu que gostaria muito de poder te ver de novo, te encontrar de novo.

Minhas últimas lembranças de você são tão vivas que parecem ser extremamente recentes... Mas não, não são... 2008, lá se vão bons 4 anos. E depois disso, um apagão. Aonde você foi parar, sua pregadora de peças? Me dá um aperto no coração e um embrulho no estômago essa falta de contato, essa incapacidade de descobrir seu paradeiro, o medo de nunca mais te ver de novo, de nunca mais saber de você... Será que você procura por mim da mesma forma que procuro por você?! Não sei... Só sei que você deixou um vazio enorme em mim, que nenhuma outra pessoa será capaz de preencher.

Eu te amei tanto, Nini... Eu cheguei ao máximo do amor que eu já senti em uma relação de amizade. Não tenho palavras que possam descrever o quanto eu me sentia acolhida com as suas palavras. Eu sei que tudo o que você me disse foi verdadeiro, e guardo com muito carinho tudo o que você me escreveu. Se com essas palavras eu pudesse ao menos saber onde você está, te gritar mais uma vez, te prender ao meu lado... A nossa sintonia era tão perfeita, tão maravilhosa... Acho que você me completava, e eu posso dizer que com você eu experimentei o significado de amizade verdadeira e sentimentos recíprocos. Falávamos a mesma língua e estávamos sempre conectadas à mesma sintonia. Onde você está agora, Nini? Por que é tudo tão mais mais complicado do que a gente gostaria que fosse?

Eu tive MUITA sorte de ter reencontrado você daquela vez. Eu deveria ter tomado mais cuidado para não deixar nossos contatos se esvaírem novamente.. como fui tola!  Deveria conhecer você em sua inconstância e encontrar meios de te manter próxima a mim, sempre e sempre. Se eu soubesse que aconteceria de novo, pode ter certeza, Nini, meu comportamento seria outro e completamente diferente.

Eu pensei em você a noite inteira ontem. Pensei na nossa cumplicidade, na nossa amizade, no nosso amor, nos nossos sonhos, nas nossas promessas... Me lembro das suas palavras, tão suas... palavras que eu jamais conseguirei esquecer. Carinho que ninguém jamais demonstrou ter por mim, apenas você, minha ETERNAMENTE AMADA Nini.

Lembro do dia em que você colou o recado que te deixei no orkut quando te adicionei... e anos depois você colou ele para mim em uma de nossas conversas no msn e disse: Veja, Lulu, o scrap que mudou a minha vida!

Lembro da forma que você falava dos seus próprios olhos: Tenho olhos da cor de cocô de bebê, e da forma que definia a própria voz: Tenho voz de desenho animado retardado. 

Só você mesma, minha Nini.

Você me disse que morreríamos juntas. Ainda acredito na sua promessa, e enquanto me restar 1 segundo de vida, acreditarei.

Eu te amo, minha irmã. Eu queria MUITO te encontrar de novo, saber onde você está. Por que ainda é tão difícil localizar as pessoas nesse tão louco e globalizado mundo?

De qualquer forma, te amarei enquanto eu viver. Vê se volta, por favor... Se eu te encontrar novamente um dia, eu nunca mais vou deixar você ir embora. Nunca MAIS.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Remember when you told me
All those things?
Do you still think like that
Did you change your mind?
I wish I knew what
I wonder what happens
Between us.

As I put my make up
I make my eyes look prettier
And I remember when you said
You like my eyes better without any make up.
Now, baby, I know
What you mean to me

Let me get into your soul
Let me see through your eyes
I really want to know
What you think
What you really mean when you say those things
I want to know who you are

Why don't you let me love you harder?

domingo, 11 de março de 2012

Bom seria se os nossos sonhos não fossem reflexos do nosso inconsciente relacionados às nossas ligações sinápticas. Bom seria se eles realmente fossem místicos da forma que muitos dizem: Quando você sonha com alguém, é porque essa pessoa está pensando em você ou porque você encontrou essa pessoa durante a noite. Quando você sonha com alguém que não conhece, é que essa pessoa está espiritualmente ligada a você, não importa onde ela esteja.

:~

quarta-feira, 7 de março de 2012

Minha mente anda bem atribulada esses dias (acho que está dando para perceber, através da frequência que venho atualizando isso daqui). Eu nem sei descrever o que está acontecendo dentro da minha cabeça, não sei dar motivos ou razões, só sei que estou inquieta, e de certa forma, eufórica. Eu não sei dizer nem se é uma euforia boa ou ruim, aliás, nem sei se existem euforias boas ou ruins.

Há uma mescla de sentimentos e pensamentos que estão invadindo meu espaço. Tenho falado demais e me mantido tão agitada que falta espaço para mim dentro da minha própria casa. Não consigo escutar uma música inteira e não consigo me focar em nada, nem mesmo nisso aqui que estou escrevendo. Não sei se foco no passado, no presente e no futuro, e minha paranoia está tão grande que eles estão mesclando entre si. Não sei mais o que é passado, o que é presente e o que é futuro.

Não sei mais nem o que eu queria dizer nesse texto, já que parei de escrevê-lo para ver outras coisas várias vezes. O histérico vive de reminiscências, mas eu não sou histérica; eu sou A REMINISCÊNCIA. Não é à toa que meu sobrenome é Lembrança. (:
Quero ver quem segura essa barra
Até a hora que eu voltar
Vou sair pra preencher um vazio no peito
Tô meio sem jeito de falar
Quero ver se eu cair agora
Quem é que vai me levantar


Já pedi ao sol,
Já pedi ao mar
Já pedi à lua
Às estrelas do céu já pedi
Quase tudo que consegui
Eu ganhei da rua


Deixo na mão de quem quiser
Deixo na mão de quem quiser
Deixo na mão de quem quiser
É que eu não sou um ator
E se eu sinto dor
Tenho que chorar

terça-feira, 6 de março de 2012

Você nunca me prometeu que sempre estaria ali do meu lado, que jamais esqueceria, que jamais iria deixar passar tempo o suficiente para eu me sentir sozinha. Você jamais disse que estaria lá em breve, que não demoraria e que eu teria seu ombro sempre. Não, você nunca disse. Eu não sei por que eu insisto em querer sua presença dessa forma tão intensa, sendo que você nunca prometeu nada. 

segunda-feira, 5 de março de 2012

Não era difícil ver os olhos daquela menina piscarem como asas de borboleta, lacrimosos. As lágrimas ficavam um tempinho presas lá dentro, antes de descerem pelo rosto afora, silenciosas.
Ela era tão pura e doce. Às vezes o seu interior era mal interpretado pelas almas corrompidas que a tocavam, mas ela era tão límpida que seu sangue podia ser confundido com o de um unicórnio.
Mas as pessoas nunca souberam lidar com algo tão puro, e fizeram questão de manchar o coraçãozinho dourado daquela menina. Hoje, estão construindo edifícios de concreto dentro dela. Quem sabe dessa forma ela chora menos?
You mean that much to me
And it's hard to show
Gets hectic inside of me
When you go
Can I confess these things
To you
Well I don't know
Embedded in my chest
And it
Hurts to hold

I couldn't spill my heart
My eyes gleam looking in from the dark
I walk out in stormy weather
Hold my words, keep us together
Steady walking but bound to trip
Should release but just tighten my gri

Night time
Sympathize
I've been working on
White lies
So I'll tell the truth
I'll give it up to you
And when the day come
It will have all been fun
We'll talk about it soon

sexta-feira, 2 de março de 2012





Lista de como ser um fracasso:

1 - Ser medíocre na maioria das coisas que você faz.
2- Ser considerado (a) fraco (a) pela maioria das pessoas que convive com você.
3- Querer ser artista, mas ser sempre boicotado (a) por alguma razão.
4 - Não desenvolver talentos.
5 - Não ser belo (a) o suficiente.
6 - Não fazer feliz as pessoas que você mais gostaria de fazer.
7 - Demorar para conseguir coisas que pessoas normais não demoram.
8 - Ter dificuldade em coisas banais.
9 - Ter uma péssima organização.
10 - Acreditar em tudo o que dizem.
11 - Acreditar em tudo o que pensa.
12 - Sonhar com o impossível.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Eu era capaz de amar tudo em você.

Era capaz de amar a falta de segurança que você me passou desde o começo de tudo.
Era capaz de amar suas omissões e as mentiras que você contava frequentemente.
Era capaz de amar as coisas obscuras do seu passado, coisas que você nunca quis me contar.
Era capaz de amar seus traumas, seus complexos, suas inseguranças, seus medos.

Eu era capaz de amar você da forma que era: fragmentado, cheio de pedaços espalhados. Eu tentaria catar esses pedaços, formaria um quebra-cabeça para, quem sabe, poder te ajudar algum dia. Eu estava disposta a abrir mão da minha própria vida para seguir ao seu lado caminho que você escolhesse seguir.

Eu não te via como eles. Eu não te via como um garoto astucioso e seguro de si, um garoto faminto de liberdade e que não se prendia por nada... de jeito nenhum eu te via dessa forma. Eu via você como um homem indecifrável, incompleto, que precisava de algo para preencher a sepultura enorme que era cravada em seu coração. Eu, por algum tempo, acreditei que poderia ser esse 'algo'. Mas mais uma vez, fracassei.

Quantas noites em claro eu não passei pensando em você? Quantas manhãs de aula eu não perdi porque escolhi ficar ao seu lado? Tudo o que se podia ver no meu caderno naqueles dias eram frases avulsas dedicadas a você, desenhos do seu rosto, poemas em outros idiomas. Eu fechava os olhos e conseguia ouvir a sua voz, as suas músicas, as suas palavras, a sua língua presa na hora de falar o R. Eu realmente te amei, e hoje tenho total consciência disso.

Me joguei num poço sem fundo por sua causa.
Fui atrás de você, de corpo, alma e coração. Eu sabia que você não me daria nenhum futuro... Eu sabia que estava sendo louca em entregar tudo tão fácil, de mãos beijadas... Mas eu não havia sentido aquilo por ninguém antes.. Uma mescla de medo, fascínio, desespero, perigo e amor. Foram essas algumas (das tantas) sensações que você me causou.

Me joguei num poço sem fundo por você, e você me deixou lá.
Eu dei minha vida em vão, meu sangue em vão. Você não valorizou nada.
Hoje eu não sou nada para você, mas sempre me lembrarei de tudo o que você me disse e a sua presença sempre será forte em meus pensamentos... Não que eu vá te amar para sempre ou nunca te superar, mas quando eu pensar em você e em tudo o que eu fiz para tentar te trazer à luz, eu me perguntarei: Onde eu errei?

Acho que já sei a resposta; eu errei porque era capaz de amar tudo em você.