segunda-feira, 31 de outubro de 2011

How could you know, Woolf?

 
 
Time it took us
To where the water was
That's what the water gave me
And time goes quicker
Between the two of us
Oh, my love, don't forsake me
Take what the water gave me

Lay me down
Let the only sound
Be the overflow
Pockets full of stones

Lay me down
Let the only sound
Be the overflow

And don't pour at us
The world's beast of a burden
You've been holding on a long time
And all this longing
And the shields are left to rust
That's what the water gave us

So lay me down
Let the only sound
Be the overflow
Pockets full of stones

Lay me down
Let the only sound
Be the overflow

'Cause they took your loved ones
But returned them in exchange for you
But would you have it any other way?
Would you have it any other way?
You could have had it any other way

'Cause she's a crueller mistress
And the bargain must be made
But oh, my love, don't forget me
When I let the water take me

So lay me down
Let the only sound
Be the overflow
Pockets full of stones

Lay me down
Let the only sound
Be the overflow

So lay me down
Let the only sound
Be the overflow
Pockets full of stones

Lay me down
Let the only sound
Be the overflow

domingo, 30 de outubro de 2011

- Mas você ainda o ama?


- É claro que amo. E vou amar sempre. Eu não tenho a capacidade de parar de amar alguém.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Meus traços de Ellen West.


"...Sente uma crescente necessidade de viver a sua vida em termos das expectativas de outros, já que seus próprios impulsos não merecem crédito. Não é difícil ver porque ela começa a se menosprezar pouco depois deste período, e mesmo a perceber a morte como “uma mulher gloriosa”. Afinal, ela não passa de organismo indigno de confiança, um aglomerado ilusivo de experiência que merece desprezo. Seu diário registra “sombras de dúvidas” e “pavor”, que logo se traduzem em pavor à obesidade. Tampouco é surpreendente que ela tema “os espíritos maus” em si própria – os sentimentos não aceitos e negados que a assombram.
         Certamente não foi este o primeiro afastamento real entre o seu self e seus sentimentos subjacentes, mas parece haver pouca dúvida de que foi profundamente significante. Teve longo alcance na destruição de sua confiança em si mesma como um ser capaz de autonomia. Embora ela recupere sua vivacidade e conheça períodos felizes, abdicou de uma parte de seu self e introjetou como seus próprios os sentimentos de outras pessoas.
         Durante esta fase, ela apresenta constantes flutuações. Quer fazer algo grandioso. Deseja uma revolução social. Trabalha arduamente como estudante. Estabelece salas de leituras para crianças. Mas, em certos momentos, é “um verme tímido, terreno”, anseia pela morte, e pede a seu tutor que lhe repita a sentença “os bons morrem jovens”. Por vezes, “a vida triunfou novamente”.  Mantém um “caso desagradável com um professor de equitação”. Passa por um “colapso nervoso”. Preocupa-se exageradamente com seu peso..."
Embora eu aparente não me importar, embora eu finja não estar nem aí...
Eu tenho tanto medo que isso me deixa assombrada.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Era um extraordinário ser
de cabelos amarelos
Olhos duros, porém singelos
Que remtiam a algo sagrado
Espírito franco, legendário
Tinha a aura quase de um Cristo
Pré-Crucificado

Mártir de sua própria vida
Ele quis ir além
Morreu sendo herói
Viveu cercado de santos
roubados de cemitérios
Ele tinha a alma extremamente nobre
Mas não se conhecia tão bem.

O Iluminado

Há muito mais do que um jovem áspero por trás dessa aparência firme e sólida. Eu não diria que você é somente um gênio, porque isso seria incapaz de te definir em sua humanidade. Então, quem é você, garoto?
Um vulcão em constante erupção, eu diria. Você é daquelas pessoas que se deixam queimar por dentro, que só aceitam algo se queimar por dentro. Você não teme ser julgado, desde que consiga seu próprio espaço. E não é que conseguiu mesmo?

Por trás de tantas piadas ásperas, há um jovem homem humano, que criou as asas ideais para mudar o mundo. Sua revolução começa à partir de você mesmo, para depois tocar cada vida que cruza seu caminho. Você é um transformador de vidas, de mundo, e até de universos.

Eu sempre digo que há uma luz em cima de você. E sempre será assim, não importa onde você esteja. Você será o centro, O ILUMINADO.

Você é um herói humano, um gênio que esconde a fragilidade por trás da enorme inteligência.
Mas, acima de tudo, você é O portador da luz.
São como rios
Espalhados pelo corpo
Rios marcados, profundos
Que se encontram em algum lugar.
Tornam-se um oceano
Que deságua sobre meus olhos.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Azul, Amarelo e Verde.

Um par de olhos azuis
Outro par de olhos amarelos
E mais um par de olhos verdes

Três pares de olhos sempre unidos
Procuravam-se incessantemente
Na esperança de se encontrarem

Azul
Amarelo
Verde

Olhos
Mãos
Sorriso

Olhos intensos e fulminantes
Mãos belas e penetrantes
Sorriso sério, inquietante

Um par de olhos é caos
Outro é desordem
Mais um é a mistura, adicionada a bondade

Azul pulsa
Amarelo decodifica
Verde sente


Três pares de olhos
Sempre juntos
Sempre tentando se encontrar.

JDR

J. tocou o interfone do apartamento de R. Era o início de uma chuvosa noite de Sexta-Feira, e o céu contava com tonalidades alaranjadas, apesar da escuridão. J. não usava sombrinha e nem capa-de-chuva. Naquele momento de sua vida, tomar chuva era uma das poucas coisas que ela fazia com segurança, sem qualquer dúvida ou receio. Não importava em se molhar; sua preocupação com a aparência já havia desaparecido há muito tempo. 

"Gosto de andar na chuva, porque assim, ninguém sabe que estou chorando."

- Quem é? - a voz grave de R. ecoou pelo interfone.
- Sou eu - J. respondeu com firmeza.
R. abriu o portão.

As escadas do antigo prédio onde R. morava eram imundas, cobertas por desenhos amarronzados e poeira. J. gostava desses desenhos; achava-os um tanto abstratos e psicodélicos, exatamente da forma que se sentia: Abstrata, partida e sem muita vida. 

R. Abriu a porta. D. estava ao lado dele. Tivera a impressa de que D. crescera alguns centímetros naquele ano, uma vez que estava quase da altura de R. Os cristalinos olhos azuis de R. encararam J. com uma firmeza pouco vista, naqueles tempos onde o vazio o envolvia:

- Você está encharcada.
- Eu sei. - J. respondeu sem dar a mínima.

D., por sua vez, entrou casa a fora e trouxe uma toalha para a amiga. J. agradeceu:

- Que solícito!

D. contestou:

- Agora é você quem me ironiza? Invertemos os papeis?

J. fez uma cara de falso desdém e esboçou um projeto de sorriso. No fundo sabia que aqueles dois rapazes, R. e D., eram as únicas pessoas com quem ela podia contar. Em tempos de tanta tormenta interior, eram eles que estavam ali, compartilhando com ela as turbulências de sua tão curta vida.

J. tinha 17 anos, e por ironia, era a mais velha dos três. Um dia, J. fora cheia de vida e tivera vontade de pular e abraçar o mundo. Seu salto foi tão alto que a queda a destruiu.

R. era alguns meses mais novo que J., mas já tivera mais experiências na vida do que ela. Era um jovem vivido, amargo e sem quaisquer perspectivas. J. era a única pessoa que R. tinha a capacidade de amar verdadeiramente.

D. contava com uma inteligência excepcional, mas também estava perdido. +Problemas que envolviam sua família fizeram-no encontrar um mundo que ele mesmo não gostaria de conhecer, mas que naquele momento, não conseguia mais sair.

-

A varanda do apartamento de R. mais parecia um telhado. Era maltratada, antiga, não muito espaçosa e havia vasos de plantas vazios e pedaços de lajes velhas espalhados por ela, mas era o único lugar da casa onde era possível ver o céu em sua plenitude. Era por isso que J.,D. e R. gostavam de passar horas ali, conversando e observando o céu. Naquela noite o céu não estava estrelado, e os três amigos sequer puderam ficar na varanda; chovia demais.

- Vamos para o meu quarto. - disse R.

O quarto de R. tinha as paredes amareladas e sujas. A luz era fraca e havia muitas figuras pregadas nas paredes. Frank Zappa, Robert Johnsson, Jim Morrison... A maioria dos ídolos de R. já estavam mortos.

Enquanto R. vasculhava o próprio guarda roupa (extremamente bagunçado e caótico) J. procurou o chão para se sentar, encostando as costas na parede e levando os joelhos ao peito. D. sentou-se ao lado dela. Ela pode observar que os aveludados olhos amarelos de D. não eram os mesmos que ela conhecera tempos atrás. Eram olhos vazios, perdidos, tristes. J. se perguntou, mentalmente, se seus olhos também teriam perdido o brilho que um dia possuíram. Sim, provavelmente teriam.

D. manteve os olhos fixos em J. Ambos trocavam olhares tristes, sem palavras, sem expressões, apenas tristeza. D. segurou, suavemente a mão de J. e acariciou-a com leveza. J. achava as mãos de D. as mais bonitas que ela conhecia. Gostava dos dedos dele, do contorno, do tamanho médio da mão e até a sujeirinha no contorno das unhas lhe agradava. J. apertou a mão de D. e levou para ela. Eles eram cúmplices, e ela sabia disso.

R. achou o que tanto procurava: seu violão desafinado. Sentou-se na cama e começou a tocar canções tristes, desafinadas. Tocou Disarm do Smashing Pumpkins, You Know You're Right do Nirvana e, finalmente, Hurt, Nine Inch Nails (que os três preferiam na versão de Johnny Cash). Em um momento, R. parou de tocar e tirou os óculos.

- Está foda. - disse ele.
- Está foda pra todo mundo. - D. complementou.

J. olhou para o teto, suspirou e disse:

- Hoje eu quero apagar.

Os três se entreolharam. Essa era a vontade dos três: apagar. Nunca mais respirar o ar daquele mundo poluído e detriorado em que viviam.

R. saiu do quarto. Voltou com duas caixas de comprimidos. Vários deles, de várias cores e vários tamanhos. Vários frascos, vários nomes... Rivotril, Bromazepan, Lexotan e outros. Não foi preciso que os três jovens se entreolhassem.

O dia seguinte não amanheceu para JDR.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Ao mesmo tempo em que quero ficar sozinha, quero ligar para as pessoas que amo, esguelar para elas permanecerem ao meu lado. Estou farta de presenças, mas tenho fome de presenças.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A noite é escura. Faz frio. Meus ombros estão tensionados e sinto que há um pedaço de chumbo em minhas costas. Meu estômago está embrulhado, queimando. A lâmpada do meu quarto está fraca, me impossibilitando de ler. Tomei 4 gotas de rivotril; poucas, mas na esperança de ter meus músculos relaxados. São 22:45 da noite, e eu espero uma ligação que me deveria ser feita quase 1 hora atrás.
Me sinto assombrada, só. Às vezes tudo que precisamos é de um braço de afeto em torno de nós. Eu, pelo menos, precisava disso agora.
Não quero mais noites como essa.
Odeio fins de ano, eles me remetem à coisas ruins. Reminiscências que englobam meu ser histérico e angustiado.
Apenas afeto. Apenas.
Never mind me 'cause I've been dead
Out of my body, been out of my head
Never mind the songs they hum
Don't wanna sing along with nothin' that I said
 
Never mind the words that came
Out of my mouth when all I could feel was pain
 

sábado, 8 de outubro de 2011

Cansei desse bando de idealizações utópicas.
Idealizações de amor, de amizade, de vida.
Que se explodam!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011