sábado, 25 de agosto de 2012


Às vezes sinto que não dou conta de carregar a vida nas costas. Existir é trabalhoso, e ainda mais que isso, doloroso demais. O que fazer com todos esses sentimentos que não sei lidar? Aprender a lidar com eles? Difícil, porque se depois de todos esses anos eu ainda não consegui aprender, não acredito que aprenderei agora. Minha cabeça é uma verdadeira bagunça, um verdadeiro caos. Aonde guardar isso tudo? O QUE FAZER com isso tudo? Não sei. Sinto que há um nódulo na minha garganta em quase todos os dias da minha vida, e quanto mais tento vomitar esse nódulo, mais ele cresce e mais se acomoda dentro de mim. 

Eu deveria tentar parar de tornar reais coisas que deveriam ser irreais, mas não consigo parar, é involuntário. Quanto mais reais as coisas ficam, mais difíceis elas se tornam. É como se construíssem prédios dentro de mim, e meu interior ficasse poluído de fumaça de construção a todos os momentos. São 13:46 da tarde, está um dia lindo lá fora, e tudo o que eu consigo ver são as derivações de cinza que meus olhos se acostumaram a ver. Eu daria tudo para matar esses sentimentos de uma vez por todas, e mais do que isso: para saber a resposta dessa velha e imutável pergunta: O que eu faço dessa vida?

quarta-feira, 22 de agosto de 2012





Existe um mundo inteiro dentro de mim.


E é muito difícil trabalhar com ele.
Minha cabeça está uma bagunça completa.

É sempre assim, por fora pareço estar uma pérola, mas por dentro, explodo. Pareço viver em dois (ou mais) mundos, em duas (ou mais) realidades paralelas, e isso me causa dores no estômago e constante sensação de vazio e solidão. Minha vida é composta de momentos avulsos; a falta de ligação entre eles torna tudo opaco, de certa forma.
My head is a mess.
My head is a mess.
My head is a mess.
Como encontrar a paz para mente?

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Eu sabia, desde o comecinho, o rumo que tudo tomaria novamente. Por isso sofri tanto. 


Não sei se dou conta disso. Não sei se dou conta de qualquer coisa, principalmente da existência. Não consigo fazer parte de um mundo como esse - miserável, em todos os sentidos que essa palavra pode ser usada. Desde as coisas mais fúteis e banais, até as maiores e mais sérias. Como pode um ser humano usar a deficiência e dor de um outro como motivo de piada suja? E como podem, os outros, assistirem e não fazerem nada a respeito? É uma dor que não cabe em mim, e não sei o que fazer com ela. Os pêlos dos meus braços estão constantemente arrepiados, e meus olhos em busca constante de redenção. Redenção para mim e para os outros. É necessário que o mundo seja salvo. Eu prefiro morrer a viver num mundo como esse. 

quarta-feira, 1 de agosto de 2012


Aquela sensação horrorosa invade meu coração mais uma vez. Aquela velha conhecida sensação de ter um dos membros do corpo arrancado, para não dizer a alma. É assim que eu me sinto toda vez que você vai embora. É a mesma dor que eu senti quando fui andando sem rumo até o centro da cidade e parei em um boteco árabe para comer uma comida que eu nunca havia experimentado antes. Ela tinha uma espécie de pasta de azeitona roxa, da cor daqueles papeis que costumavam envolver maçãs no passado. Até hoje não sei o que eu comi... É exatamente assim que eu fico quando você se vai: a esmo, aleatória. É como se eu estivesse em modo automático; nada que eu faço tem força... Pareço um boneco de pano perambulando por aí. 

Quando você está comigo, eu sou uma pessoa de verdade, me sinto como um ser humano deve se sentir. Quando você se vai, não existe nada e não consigo respirar. Sinto que afogo, afogo... E quando mais afogo, mais pareço afogar. Como retomar tudo com você longe de mim? Pelo amor de Deus, eu não quero voltar para a solidão que eu sou obrigada a viver quando você está longe. Foram mais de 3 dias tentando absorver o luto que tenho que elaborar quando você se vai... gritos entalados que nunca saem, lágrimas intermináveis, uma angústia enorme e uma sensação de vazio que parece não ter fim. E hoje você foi embora. Embora para a sua casa, para sua vida, para sua rotina. E eu fiquei aqui. Na minha casa, com a minha rotina. 

Essa dor da ausência não tem explicação! À medida que o tempo vai passando, ela vai se tornando suportável até eu conseguir encarar minha rotina com (quase) tranquilidade, mas até chegar esse momento, sinto muita dor. Cadê você aqui, na sala, no quarto? O lençol da cama ainda tem seu cheiro, e ao invés de eu me sentir mais perto de você quando deito sobre ele, fico desesperada porque sinto que o que sobrou foi apenas um odor, já que você está a mais de mil quilômetros de mim agora. 


Sinto que sufoco. E sei que a nova espera é longa. Preciso ser forte... Mas desde que eu tenha você ao meu lado, isso é mais fácil de conseguir. Você é a melhor coisa que já aconteceu na minha vida. Eu te amo.