domingo, 30 de setembro de 2012

Aqui está ele, mais uma vez, olhando em minha direção
Seus olhos hipnagógicos fulminam o espaço do nada
Aqueles olhos oceânicos que já conheço de tanto tempo
Olhos que carregam as cores dos sete mares e a força dos vulcões
Ele não parece reconhecer aquela velha canção
Imerso, está perdido na noite escura, fria e calada
Nada é capaz de distraí-lo, tampouco o incômodo do vento
Ele carrega na alma o vôo melancólico dos falcões.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

terça-feira, 18 de setembro de 2012


Nascidos para ser
Poucos de nós cumprimos
A missão a que estamos destinados
Tão mais fácil padecer na inércia
Morrer ao assistir a vida passar
Do que aceitar e assumir
Os dons a que estamos fadados

Para deixar uma marca no mundo
É necessária a fome de existir
Mas a maioria prefere fugir
Ceder à cegueira provisória
Ver apenas aquilo que lhe convém
Alimentar-se da triste escória
Armar a guarda para o bem

Há sentido em viver do corpo
E não permitir que nasça a alma?
A vida é para ser sugada, mergulhada
Ela carece de ser enfrentada
E não ignorada como algo sem importância
É preciso alimentar a vida
Como se vive a infância



Bom seria um mundo
Onde todos desfrutassem do ser
Seres humanos genuínos, de sorte
Almas abertas, livres, convivíveis
Corações vorazes para o puro amor
Aquele que eleva, exalta e sem dor
Faz finito o temor da morte. 

domingo, 9 de setembro de 2012

Tuom... ;_;


Maria Luísa. Maria Luísa não, porque isso é formal demais para essa minha pequena donzela. Malu? Talvez. Lu para alguns. Para mim, jabón. Minha eterna e pequena jabón. Tua imagem de menina dourada resplandescendo em um macacão vermelho nunca sairá de minha mente. Tu tinhas bochechas rosada e teu sorriso aberto bordava teu rosto que naquela época ainda era de garota. Faz tanto tempo... As nossas vidas mudaram muito. Mas quando fecho meus olhos, me lembro daquele fim de manhã quente, daquele sol que deixava teus cabelos amarelos quase alaranjados. Fazia muito calor e tu procuravas a sombra. Ao procurar a sombra, me deste a luz. 

A semana que te conheci foi a melhor da minha vida. Por tudo aquilo que se desencadeou, por todas as ideias que me passaste. Eu me achava velho demais aos 18 anos, tendo vivido céu ao inferno e comido o pão que o diabo amassou, para ouvir as ideias de uma mocinha de 16 anos totalmente sem maldades. Era uma mocinha totalmente sem maldades, mas tinha os olhos mais intensos e verdadeiros que eu já havia visto. Jabón, tu me fizeste muito feliz durante todos aqueles dias e continuas me fazendo todos os dias em que acordo, porque sei que tenho teu nome rabiscado em meu peito pelo resto de minha existência. 

"Look! We have the same bracelets!" Isso foi a primeira frase que ouvi de ti. Como poderia me esquecer? Tinhamos as mesmas pulseiras. Morávamos a milhares de quilômetros de distância e tinhamos as mesmas pulseiras. Eu só pude sorrir. No momento em que lhe vi sorrir, tive vergonha do meu sorriso, pela primeira vez na vida, tão irridescente era o teu. 

Tu és mística. Impossível não se deixar levar pelo teu misticismo, tua espiritualidade, tua sensibilidade. Tu és anima dos pés à cabeça. Não consigo imaginar um ambiente que não se sinta tocado pela sua presença, pelos teus toques de fada. Menina que eu vi crescer, hoje tu és uma mulher. Uma belíssima mulher que permite ascender o próprio fogo interior. Uma alquimista inata, perdida em meio à selva de pedra Belo-horizontina. Tua presença é luz, amor... Tu te faz presença. Tu és imagem, música, escrita, prosa, poesia, dança...  Tu és Brigitte Bardot, Marilyn Monroe, Clarice Lispector, Pagu e Janis Joplin em apenas uma só pessoa, mas maior do que todas essas personalidades reunidas em um pequeno pedaço de gente, tu és Maria Luísa. Bossa Nova, Rock and Roll, Paz e Amor, Teoria do Caos... Tudo isso junto. Tu és arte pura. Tu transpiras arte, tu transpira o passado, porque tu não és desse tempo. 

"Tuom, I'm a traveler of both time and space!" Tu te lembras disso? Havia dois dias que nos conhecíamos, e tu disse isso para mim, olhando fundo nos meus olhos, em tom de seriedade. Por um segundo, refleti profundamente sobre o que acabava de me dizer. Quando entendi o trocadilho, fiz um comentário infeliz: "Falô, Led Zeppelin!". Mas hoje compreendo que essa frase diz muito a respeito de ti, a respeito de mim, a respeito do Zak, de todos nós. Porque estamos unidos em espírito, e estaremos por todo o sempre, por todas as nossas viagens. O mundo e o tempo são nossos, minha pequena jabón. 

Aprendi muito contigo, petit lune. Mesmo tendo te visto apenas duas vezes após aqueles inesquecíveis dias, tenho certeza de que estamos espiritualmente conectados. Meu coração e o seu baterão para sempre juntos, pois duas almas afins sempre sabem aonde se encontrar.

Te amo profundamente, nunca duvides e nem esqueças disso. No Brasil, na França, na Colômbia ou em qualquer lugar. Tu és irridescente. Tu és arco-íris.

Besou,

T.O.B