quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Eu era uma menina quando te vi pela primeira vez. Completamente menina, de tudo: corpo, alma, coração, aparência. Eu deveria ter no máximo 11 anos de idade, mas não vou me esquecer de como sua imagem permaneceu marcada em meus olhos. Você era consideravelmente mais alto que eu, tinha os olhos claros e firmes. Seus cabelos (que lhe caiam sobre os olhos) eram loirinhos, loirinhos, pareciam fios de lã, de tão loiros. Até aquele momento você era, definitivamente, o garoto mais lindo que eu já havia visto em toda a minha vida.

E você, Bento, foi apenas você. Foi simplesmente uma das melhores pessoas que cruzaram o meu caminho. Você me fez feliz, plena, contribuiu para que eu entendesse mais sobre amor e sentimentos.

É uma pena que você tenha que ter ido embora assim, tão cedo, sem eu poder ter lhe conhecido melhor como o adulto que você se tornou. É sempre triste quando temos que dizer adeus a alguém tão jovem, dessa forma tão bruta, sabendo que nada eu poderia fazer pra te ajudar. E é ainda triste termos que presenciar cada vez mais partidas, conforme o tempo vai passando.

Nunca me esquecerei de você, menino loiro. Nem dos seus olhos galáticos, e nem daquela tarde cheia de gritos eufóricos pré adolescentes, que ecoavam céu afora, enquanto brincávamos de esconde-esconde no meio da rua e pela primeira vez na vida eu esqueci o rumo de casa. Fique em paz e que Deus te abençoe.
E aí você foi embora como se nada tivesse acontecido. Levou contigo aquela sua frieza tórrida que nem as minhas chamas interiores conseguiram derreter. Fechou a porta com força, e provavelmente nunca sentiu remorsos, afinal, nunca mais me procurou.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Como manter a cabeça erguida e crer que há 'uma força dentro de mim' se fracasso nas coisas mais banais do universo? Acho que 'tente outra vez' devia ser o lema da minha vida.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Afeto é a palavra que move a minha vida.

Talvez isso seja ruim, pois consigo transformar as coisas mais singelas em coisas ardentes. Talvez não... Talvez seja necessário que eu continue sentindo esse enorme afeto que sinto para conseguir me erguer como ser humano.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Provavelmente nunca direi isso a você, olhando nos seus olhos ou dando um abraço de agradecimento, mas... O gesto que você teve comigo aquele dia significou muito para mim, foi muito importante. Me fez sentir como uma pessoa de verdade. E serei eternamente grata, ainda que eu não saiba como agradecer devidamente.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Escrito em 2009.

Ela o observava através do vidro quebrado. As rachaduras distorciam a face dele, multiplicando aquele olhar fundo e abatido, quase resignado, não fosse uma pitada de indiferença. Ela queria tocá-lo, mas não podia. Ele estava através do vidro. Ele olhava para algo que ela acreditava ser sua imagem desgastada e infeliz. Aquele olhar frio, que um dia fora sua principal fonte de vida. Tempos distantes. Ela não sabia medir esses tempos cronologicamente, mas o relógio que morava dentro de sua alma aflita, apontava uma única palavra: Forever.
Ele, com sua face um pouco baixa, parecia querer dizer algo, mas não tinha voz. Ela queria se ajoelhar diante dele e suplicar sua piedade, mas ele vomitava indiferença pelos olhos. Ela queria perguntar que tipo de homem ele era, mas sabia o vazio que a aguardava em tal resposta. Ela suplicava com o olhar.
De repente, ele se moveu. Ela correu em direção ao vido quebrado, e tentou atravessá-lo. Não se importava mais com feridas físicas. As que haviam em sua alma, eram deveras muito maiores. Cortou o braço na tentativa de passar para o outro lado do vidro.
Foda-se.
Aquilo não era nada.
Colocou as mãos sobre o vidro e pressionou-o. Em vão.
Ele tocou, através do vidro, as marcas das mãos dela, de leve, com uma espécie de receio ou nojo. O toque durou quase um segundo.
Ele se virou. Estava se afastando, indo embora. Ela gritava por dentro.
Enquanto andava, ele olhou para trás, e pela última vez, encarou-a com aquele olhar.
Partiu.
Ela estava nua, e o chão era gélido.
Ela nunca mais o viu.
Você tem o nome lindo. Desde antes de te conhecer, eu já admirava o seu nome. Pensei, por vezes, em presentear a possível filha que terei um dia com o seu nome, mas já é tarde demais. O seu nome, para mim, representa apenas você. Não acho que haverá outro alguém com esse mesmo nome que conquiste um espaço tão grande em minha vida tal foi o que você conquistou.



Amizade é uma coisa estranha, não é? Inexplicável, da mesma forma que é inexplicável a maneira como o afeto nasce (sua forma inicial é crua e desejosa de ser trabalhada) e se desenvolve até atingir o seu ápice. Não sei se já cheguei no ápice do afeto, mas se não cheguei, passei bem perto. Sinto que a amizade é um vasinho de flor que precisa ser regado, cuidado e observado, para que não vá embora. É preciso que o dono do vasinho queira cuidar de sua flor, mas a flor também precisa querer ser cuidada. É aí que existe a reciprocidade.


Não sei dimensionar o carinho que tenho por você. Não sei colocar em palavras como me sinto bem ao seu lado, e como a sua presença me faz sentir especial. Quando estou ao seu lado, sinto que não sou uma inútil completa, sinto que sou uma pessoa. Gosto do som da sua risada, gosto da maneira que ela me faz rir. Para mim, você não é uma pessoa, e sim uma estrela.

Depois de todos esses anos, depois de todas essas confusões loucas, intensas (e até mesmo trágicas) que ocorreram em minha vida, me sinto extremamente feliz em saber que mantive você ao meu lado. Nem que por vezes tenha sido aos trancos e barrancos, mas de qualquer forma, você está aqui. Eu não poderia esperar mais, já que foram tantas as pessoas que acenaram para mim com o lenço branco, dizendo adeus.

Amo você como amaria uma irmã de sangue, ou até mais. Porque irmãos de sangue a vida não nos permite escolher, mas irmãos de coração, temos toda a liberdade para dar a chamada inicial. Espero que isso nunca acabe, e que estejamos sempre juntas.. como naqueles tempos dourados ou como agora.

sábado, 3 de dezembro de 2011


Eu tenho a alma hippie, em essência, ainda que o movimento hippie tenha acabado há mais de trinta anos. Gostaria de ter o espírito livre, mas tenho total consciência de que necessito trabalhar muito para conseguir a liberdade do meu espírito. Apesar de ainda ser presa dentro de mim, aprecio a natureza e a respeito como uma semelhante a mim. Os animais são como irmãos; merecem todo carinho, cuidado e amor do mundo. Assim como as plantas, os minerais, o sol, o vento. Não tenho medo de viajar, pois aprecio o novo: novas culturas, novas paisagens, novas pessoas, novas estradas. Não tenho medo de interagir com as pessoas, não importa qual seja a idade delas. Acho que todos têm algo a  ensinar, por menor que possa parecer essa possibilidade. O mundo é bonito, cheio de cores, cheio de momentos desejosos de serem capturados para sempre, para dentro de nossa memória e coração. Basta abrir a mente e correr até eles; afinal, eles estão logo ali.
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Apesar de ter a alma essencialmente hippie, há algo de punk dentro de mim. Eu gosto do caos, da desordem. Gosto de paredes riscadas com frases pesadas, porém realistas. Gosto de olhos borrados de maquiagem escura, pois eles passam uma ideia de profundidade; essa maquiagem escura é capaz de aprofundar até mesmo os olhos que já vieram ao mundo extremamente profundos. Gosto de palavras, imagens e músicas que me fazem queimar por dentro. Eu só mantenho qualquer tipo de relacionamento com aquilo que me faz ferver, queimair. O morno não me atrai e a perfeição me enjoa. Sou um paradoxo, ou seria melhor dizer que sou uma antítese? Sou dois em um. Não acredito na humanidade, ao mesmo tempo em que acredito desesperadamenet. Acredito que não há solução, embora eu esteja sempre procurando a solução. Sou hippie e sou punk. Sou claro e sou escuro. Sou Yin e Yang. Sou muitas misturas, mas sem nunca apagar meu fogo.