sábado, 9 de março de 2013


Hoje é dia 05 de Março de 2013, são exatamente 20:54 e eu tenho 21 anos. Há poucas horas, recebi a notícia de que Hugo Chávez faleceu. Chávez, aquele polêmico líder da Venezuela, que transformou o mundo em uma nação de opiniões. Há muito tempo, quando tinha por volta de 14 anos, eu costumava participar de uma comunidade no "Orkut" a favor do ex presidente venezuelano, mas pouco depois- quando compreendi melhor suas ideias- mudei de opinião e não mais aclamei seus ideais como político.

O metrô está relativamente cheio, mas ainda há lugares vazios (o que seria impossível se eu estivesse aqui 1 hora atrás). Algumas pessoas falam sobre Chávez, algumas conversam ao telefone, outras batem papo com quem está ao seu lado. Mas a maioria, assim como eu, está escorada, suada e cansada. Apesar do cansaço, gosto de andar de metrô. Gosto, principalmente, das luzes da cidade que correm bem diante dos meus olhos quando olho pelas janelas. Ver as pessoas, poder admirá-las em suas diferenças e fantasiar sobre elas, também me é prazeroso. Há uma negra tão linda sentada à minha diagonal esquerda que, com certeza, teria sido estrela de Hollywood caso fosse descoberta. Na minha outra diagonal, há um velhinho de olhos baixos, segurando um envelope de exames. Eu me pergunto: Que exames seriam esses?

Acredito que a beleza das pessoas está na natureza delas, e acredito nisso de verdade, com todo o meu coração; não falo da boca para fora. Cada uma delas tem uma história, uma estrada, um brilho diferente.

O trem corre, as ruas se desmancham, as pessoas Vêm e vão. A vida passa e, algumas vezes, conseguimos nos manter vivos. O senhor Hugo Chávez morreu hoje. E eu estou viva para contar sobre sua morte. Eu vi Chávez governar, polemizar, adoecer, padecer e morrer. Eu vi a segunda torre do World Trade Center explodir ao vivo. Eu vi o Osama e o Sadam receberem um troco de mesma moeda. Provavelmente vou ver o príncipe William ser rei, e espero poder ver Cuba ser uma país livre. E o mais importante: Vejo o metrô ir e vir todos os dias. E a cada dia desse, percebo que a História que vemos como disciplina nos livros da escola é construída bem diante dos nossos olhos. O senhor Chávez é história. Eu sou história. Você é. Essas pessoas do metrô também. Somos.

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