sábado, 9 de julho de 2011

20 candles.


"Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração..."


Há 6 anos eu completava 14 anos, ganhava um bolo decorado de purpurina feito pelas minhas amigas, juntamente com balões cor-de-rosa a serem estourados. Há 5 anos, eu fazia 15 anos, e tinha praticamente todas as pessoas com as quais eu me importava ao meu lado, ainda vivas no corpo terrestre. Há 4 anos, eu fazia 16 anos, e já aprendia a lidar com as perdas, mudanças e voltas que o mundo - melhor dizendo, a vida - insistem em nos providenciar. 

Hoje eu completo 20 anos. Duas décadas são carregadas nas minhas costas a partir de agora. Pouco para quem observa, e talvez muito para quem as viveu (e vive). 
Há 2 anos eu completava a maioridade e achava que minha vida ia mudar. Há 8 eu entrava (teroicamente) na adolescência e há 19, eu completava meu primeiro ano de vida.

Datas, números. Números e datas. O que representam eles, afinal? No máximo, a contagem medíocre do tempo, para que o ser humano não se perca em seus próprios devaneios. Números e datas continuam com o mesmo peso de muitos anos para mim: nenhum. Não é possível dizer quem sou, o que já passei, o que penso ou o que já vivi através da idade que tenho. O marco crucial de tudo para mim é minha mente, onde está a minha memória, onde eu ainda guardo todas as lembranças que me tornam, hoje, quem eu sou, e quem me tornarão, no futuro, quem eu serei. 



Na minha mente eu guardo meus momentos de grito oculto sufocado pelas madrugadas afora. É também onde os melhores abraços, feitos e frases estão devidamente guardados. Os momentos onde eu pensei poder morrer de alegria ou de tristeza. Lá estão todas as vezes que caí e acreditei que ficaria estagnada no chão para sempre. Os momentos em que me tornei invencível para sempre, pelo menos até o amanhecer. Os amores eternos que duraram até a primavera. As amizades que foram eternas enquanto duraram. A certeza de que tudo estava bem, até a próxima decaída que não dependia de mim. 


Tudo isso ficará aqui. Independente do quando a roda viva insista em rodar, enquanto o tempo ainda insista em passar num instante.

Próximos 20, eu vos espero.

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