quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Meus traços de Ellen West.


"...Sente uma crescente necessidade de viver a sua vida em termos das expectativas de outros, já que seus próprios impulsos não merecem crédito. Não é difícil ver porque ela começa a se menosprezar pouco depois deste período, e mesmo a perceber a morte como “uma mulher gloriosa”. Afinal, ela não passa de organismo indigno de confiança, um aglomerado ilusivo de experiência que merece desprezo. Seu diário registra “sombras de dúvidas” e “pavor”, que logo se traduzem em pavor à obesidade. Tampouco é surpreendente que ela tema “os espíritos maus” em si própria – os sentimentos não aceitos e negados que a assombram.
         Certamente não foi este o primeiro afastamento real entre o seu self e seus sentimentos subjacentes, mas parece haver pouca dúvida de que foi profundamente significante. Teve longo alcance na destruição de sua confiança em si mesma como um ser capaz de autonomia. Embora ela recupere sua vivacidade e conheça períodos felizes, abdicou de uma parte de seu self e introjetou como seus próprios os sentimentos de outras pessoas.
         Durante esta fase, ela apresenta constantes flutuações. Quer fazer algo grandioso. Deseja uma revolução social. Trabalha arduamente como estudante. Estabelece salas de leituras para crianças. Mas, em certos momentos, é “um verme tímido, terreno”, anseia pela morte, e pede a seu tutor que lhe repita a sentença “os bons morrem jovens”. Por vezes, “a vida triunfou novamente”.  Mantém um “caso desagradável com um professor de equitação”. Passa por um “colapso nervoso”. Preocupa-se exageradamente com seu peso..."

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